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Fascinada por aliens e f� de Xuxa, cantora m�eana lan�a primeiro disco

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Ana Cl�udia Lomelino acredita em disco voador. Nunca viu um ET, mas espia naves no c�u e diz que v� objetos n�o identificados desde os cinco anos. Dorme de luz acesa para evitar surpresas alien�genas no meio da noite.

A fascina��o da cantora pela vida extraterrena � tamanha que inspirou o compositor Rubinho Jacobina a escrever versos sobre o tema na m�sica-t�tulo do primeiro �lbum, lan�ado sob o pseud�nimo de m�eana pela gravadora Joia Moderna. "A m�eana � uma entidade familiar banal. Tem um pouco de m�e, de m�e de santo, de manh� e de amanh�", conta a carioca Ana Cl�udia.

Aos 30 anos, a vocalista da banda Tono, da qual tamb�m faz parte Bem Gil, seu marido e produtor musical —ou, como ela prefere, seu "homem"— d� in�cio a uma carreira solo.

Nos shows, geralmente em pequenos teatros, Ana Cl�udia canta e apresenta seu trabalho como artista e performer. O cen�rio, criado por ela, lembra uma caverna c�smica, recoberta por tecidos e candelabros. Comp�em o ambiente obras feitas com quinquilharias, como bonecos e m�scaras do mercado popular da Saara, no centro do Rio.

"Fiquei impressionado com o show. Ela usa aqueles figurinos incr�veis e canta o que quer. N�o tem formalidade. � algo diferente", diz Ney Matogrosso.

No rosto pintado por ela mesma, p�rolas, purpurina e estrelinhas. O figurino mistura elementos aleg�ricos do Carnaval, como capacete de astronauta feito de arame e vestido de brech� bordado de paet�. Num certo momento, ela dan�a com um alien�gena. Noutro, contracena com uma escultura que reproduz uma vagina dourada e rosa ("O feminino � sagrado", diz). �s vezes, simula o parto de um boneco que nasce de uma bexiga de festa infantil.

"Ela escolhe elementos de artistas que invertem contra tabus e conven��es para emoldurar sua personalidade art�stica. Tem um certo gosto pelo vanguardismo, que pode associ�-la aos tropicalistas", afirma o sogro da cantora, Gilberto Gil.

A postura t�mida, o timbre de voz delicado e a interpreta��o suave e quase et�rea das m�sicas contrastam com a exuber�ncia e o exotismo de sua est�tica.

"� uma cantora que vem na contram�o do exagero do canto na m�sica brasileira. Eu n�o via isso desde o primeiro compacto da Gal Costa", observa o produtor e DJ Z� Pedro, da Joia Moderna.

Ana Cl�udia, tamb�m compositora, assina tr�s can��es do �lbum de estreia. Produzido por Bem Gil, o disco re�ne nomes como Caetano Veloso e Adriana Calcanhotto, que comp�s "Bem Feito" especialmente para ela.

Quando decidiu que se lan�aria sob o pseud�nimo de m�eana, Ana Cl�udia pediu a Caetano que escrevesse uma can��o. "Tomara que eu fa�a", respondeu o compositor. E fez "N�o sei amar".

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M�E MENINA

Tijucana, a cantora abandonou o col�gio aos 13 anos por se sentir deprimida ap�s se mudar para o Leblon e ser matriculada numa r�gida institui��o de ensino cat�lica, o Santo Agostinho. At� os 22 anos, vivia no �cio, sem trabalhar, estudar ou fazer planos. Foi quando descobriu a m�sica. "At� hoje n�o sei ao certo o que vou fazer da vida", despista, com pares desencontrados de meias nos p�s.

Quando est� em seu apartamento, na G�vea, passa horas num ateli� que lembra um bagun�ado quarto de crian�a.

Ali, a cantora acumula Barbies, bichos de pel�cia e toda sorte de lantejoulas e tecidos. Na sala, m�veis s�brios contrastam com uma capa do segundo disco da Xuxa na estante. Num canto, instrumentos musicais do marido e baterias em miniatura de seu filho Dom, de 2 anos, e do enteado, Bento, 10.

"A Ana tenta se manter afastada das quest�es mundanas e se recusa a entrar na loucura que o cotidiano imp�e", observa Bem, seu marido h� tr�s anos.

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