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Estilista cria sapatos de 5 mil euros que duram "uma vida e mais uns anos"

A palavra italiana "sartoria" significa, em portugu�s, alfaiataria. J� Sartori, no dicion�rio fashion, � sin�nimo de excel�ncia na costura por ser sobrenome de um dos alfaiates mais influentes da moda masculina mundial.

No time de estilistas–celebridade do grupo LVMH –que inclui Raf Simons, da Dior, Nicolas Guesqui�re, cabe�a da Louis Vuitton p�s-Marc Jacobs, e Riccardo Tisci, da Givenchy, Alessandro Sartori, 47, � o mais discreto e t�cnico.

Divulga��o
O estilista Alessandro Sartori n�o badala, pois busca tecidos e faz sapatos de 5.000 euros para durar 'a vida toda e mais alguns anos
O estilista Alessandro Sartori n�o badala, pois est� empenhado em fazer sapatos de 5.000 euros que durem muito

Nascido em Biella, na It�lia, ele est� desde 2011 � frente da Berluti, grife francesa de sapatos que passou a produzir roupas ap�s ele tomar as r�deas. E se orgulha de conhecer o gosto dos homens que chegam � sede da marca, na rua Marbeuf, em Paris, em busca de pe�as exclusivas desenhadas por ele.

"Eles procuram heran�a, algo que dure a vida toda e mais alguns anos. Por isso gosto da moda masculina, ela costuma prezar pela perenidade, detalhes complexos na costura e nos acess�rios e, principalmente, uma qualidade excepcional", explica Sartori.

Qualidade que custa caro. Um "simples" sapato feito sob medida e � m�o n�o custa menos de 4.800 euros.

Os blazers e casacos de l�, as cal�as cortadas no tornozelo e as jaquetas de couro justas de sua �ltima cole��o n�o saem por muito menos.

Os pre�os se justificariam n�o s� pelo nome do estilista da grife mas tamb�m pela pesquisa profunda que Sartori empreende nas pequenas tecelagens e empresas de manufatura europeias, com as quais desenvolve 90% dos materiais que usa.

Pouco antes da entrevista, que aconteceu na �ltima edi��o da feira t�xtil francesa Premi�re Vision, Sartori rasgava elogios a uma tecelagem japonesa que produziu um tecido dupla face que mudava de forma quando era tocado.

"Para mim, esse � o novo luxo. A inova��o est� na busca por excepcionalidades, algo que apenas o lugar no qual a grife est� localizada pode oferecer", explica.

Ele diz admirar o Brasil. "O seu pa�s pode oferecer moda viva, cheia de detalhes manuais e das mais coloridas do mundo. Na It�lia, onde eu vivia, era influenciado pelo conservadorismo na constru��o das roupas para homens."

Por 15 anos ele chefiou a divis�o de estilo da etiqueta italiana Ermenegildo Zegna, como diretor criativo.

Quando trocou de emprego,tamb�m se mudou. Foi de Mil�o para Paris em busca da modernidade cl�ssica e do gosto pelas artes que a capital francesa transmite.

"Aqui, sou influenciado pela alta-costura, uma institui��o francesa. Apesar de os nossos sapatos serem produzidos na It�lia, que tem a melhor ind�stria cal�adista da Europa, � imposs�vel para n�s estarmos em outro lugar."

CRISE POL�TICA

Defensor das pol�ticas p�blicas de incentivo � moda, Alessandro Sartori n�o anda muito contente com a atual gest�o de Enrico Letta, primeiro-ministro de seu pa�s natal.

"A pol�tica hoje � o maior problema para a ind�stria italiana. N�o acho que haja crise na moda, mas a falta de cuidado com as taxas altas impostas �s empresas e o fato de a inova��o t�xtil e criativa ser ignorada pelo governo � algo s�rio", afirma o estilista.

E qual seria a solu��o? "Cria��o de fundos que deem suporte para que jovens estilistas desenvolvam seus neg�cios, suporte para 'fashion weeks' e a quebra de barreiras de importa��o de tecidos aliada a incentivos para a ind�stria local. N�o � realizar a��es pontuais, � mexer com todo o sistema de produ��o."

O neg�cio da moda, ressalta Sartori, acompanha as mudan�as de comportamento do consumidor.

"O 'fast fashion' � uma realidade de mercado que n�o existia h� 15 anos e que mudou o significado do luxo.

Mais do que nunca, as pessoas esperam exclusividade." Mas isso n�o significa que a moda r�pida v� acabar. "Pelo contr�rio, os dois modelos sobrevivem perfeitamente juntos." Eles ornam.

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