Tecnologia pode reduzir falha humana em acidentes, dizem especialistas
Reinaldo Canato/Folhapress | ||
Da esq, para dir. Hor�cio Figueira, Leopoldo Yoshioka, Marcos Andrade e o moderador Eduardo Sodr� |
Mais de 90% dos acidentes de tr�nsito s�o causados por falha humana, segundo dados da OMS (Organiza��o Mundial de Sa�de). A evolu��o da tecnologia dos ve�culos –que poder�o no futuro se conduzir sem motoristas– podem ser uma grande ajuda para diminuir acidentes.
O impacto da tecnologia automotiva no aumento da seguran�a vi�ria foi o tema debatido na primeira mesa de debates do segundo dia do f�rum "Seguran�a no Tr�nsito", promovido pela Folha em parceria com a Ambev e a Labet Exames Toxicol�gicos na manh� desta ter�a-feira (30).
"H� uma alt�ssima correla��o entre o n�mero de infra��es cometidas pelos motoristas e o �ndice de acidentes. Estudos apontam que de 20% a 30% dos ve�culos n�o param quando h� placas sinalizando 'Pare'", disse Hor�cio Figueira, consultor em seguran�a de tr�nsito. "Um carro programado para parar n�o comete esse erro."
Segundo Leopoldo Yoshioka, professor de engenharia de sistemas eletr�nicos da USP, uma das grandes vantagens do carro autoguiado � o aumento da previsibilidade dos acontecimentos nas vias: "A seguran�a depende muito hoje da habilidade cognitiva do motorista e do seu estado de humor", afirmou.
A tecnologia de carros autoguiados j� existe. O Model S, carro da Tesla, comercializado nos Estados Unidos, possui a fun��o "Autopilot". A montadora, por�m, afirma que � imprescind�vel que os motoristas estejam o tempo todo atentos e com as m�os no volante.
Os especialistas participantes do debate afirmaram que isso ocorre porque, apesar de a tecnologia necess�ria j� existir, nenhum pa�s do mundo possui infraestrutura vi�ria ou legisla��o para que esses ve�culos sejam introduzidos no tr�nsito ao lado de outros carros.
"Se tiver um acidente em um carro autoguiado, de quem vai ser a responsabilidade? Como um carro vai dirigir sozinho quando h� no tr�nsito carros com mais de 20 anos e comportamento imprevis�vel?", questionou Figueira. "N�s vivemos em um pa�s complicado. O carro � programado para n�o andar se detectar um pedestre na pista. Mas, em S�o Paulo, e se forem assaltantes?"
REDU��O DE DANOS
Marcos Andrade, gerente de produtos caminh�es da Mercedes-Benz do Brasil disse que, enquanto o piloto autom�tico ainda � uma realidade distante, outras tecnologias com grande capacidade de preven��o de acidentes precisam ser disseminadas pela ind�stria automotiva.
"Quando falamos em rodovias, onde o fluxo de caminh�es � muito grande e os motoristas dirigem por longos per�odos, tecnologias como o aumento do conforto do motorista pelo uso de assentos confort�veis e c�mbio autom�tico j� ajudam a prevenir um acidente", disse Andrade.
"Nas rodovias, onde os caminh�es est�o carregados com mais de 50 toneladas de carga, um acidente � fatal. Ent�o temos que trabalhar para preveni-los."