Temos muito a aprender com �ndios sobre Amaz�nia, diz ambientalista
A coordenadora do Programa de Pol�tica e Direito Socioambiental do ISA (Instituto Socioambiental), Adriana Ramos, afirmou que � necess�rio estabelecer um novo paradigma de desenvolvimento para a regi�o amaz�nica, que leve em considera��o a preserva��o florestal e a qualidade de vida dos povos tradicionais.
"A gente continua insistindo no modelo do Sul e do Sudeste e n�o pensa em um modelo novo de desenvolvimento pr�prio para a Amaz�nia, que mantenha a floresta em p�", afirmou a ambientalista durante sua palestra no F�rum Desmatamento Zero, realizado pela Folha e patrocinado pela Clua (Climate and Land Use Alliance).
"Quando a gente olha a crise clim�tica e revisitamos o que os povos ind�genas j� disseram sobre isso, a gente v� que o nosso olhar sobre a Amaz�nia est� um pouco atrasado e que a gente tem muito o que aprender com essas popula��es", afirmou.
Para ela, o atual modo de desenvolvimento pressup�e que as popula��es tradicionais devem se subordinar �s sociedades industriais cient�ficas, mesmo que isso leve a uma mudan�a do seu modo tradicional de vida. "Essa subordina��o, infelizmente, s� acontece por meio da viol�ncia ou da supress�o dos direitos", diz.
Um dos exemplos dessa vis�o de desenvolvimento s�o os projetos que tramitam no Congresso e que podem levar a uma desfigura��o do atual conceito de terra ind�gena.
"Existem projetos na C�mara para estabelecer a minera��o dentro de terras ind�genas e para permitir o arrendamento dessas terras para a agropecu�ria, o que vai contra a ideia de manter os modos tradicionais de vida dessas popula��es", disse Adriana.
Para ela, os esfor�os deveriam se concentrar no desenvolvimento de tecnologias que possam tornar mais vi�veis os modos de vida dessas popula��es, protegendo o conhecimento tradicional e dando viabilidade econ�mica para produtos que possam ser produzidos sem a destrui��o das florestas.