Nichos real�am contrastes de eleitores de Lula e Bolsonaro
Marlene Bergamo/Folhapress - Marcus Leoni/Folhapress | ||
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O ex-presidente Lula e o deputado federal Jair Bolsonaro |
Se voc� conseguisse reunir o Brasil na sua rua e abordasse jovens brancos, do sexo masculino, com pelo menos o ensino m�dio, teria grande probabilidade de encontrar um eleitor de Jair Bolsonaro (56% para o primeiro turno e 66% para o segundo).
No entanto, se sua aten��o fosse direcionada a mulheres, com mais de 44 anos, n�o brancas, e com o n�vel fundamental de escolaridade, a possibilidade de alcan�ar uma lulista seria bem maior (54% para o primeiro turno e 73% para o segundo).
J� se voc� mora no Nordeste, desconsiderando sexo e idade e mantendo apenas o filtro de baixa escolaridade, suas chances de encontrar um eleitor do ex-presidente v�o a 68% logo no primeiro turno.
Esses s�o os principais resultados de uma an�lise estat�stica multivariada feita pelo Datafolha sobre a base de dados da �ltima pesquisa nacional de inten��o de voto, com o objetivo de identificar nichos da popula��o brasileira em que s�o observados altas concentra��es de eleitores dos dois principais pr�-candidatos � Presid�ncia at� o momento.
VARI�VEIS
Foram contempladas no modelo todas as vari�veis socioecon�micas e demogr�ficas do levantamento.
Apesar de pouco peso quantitativo desses subconjuntos na composi��o total do eleitorado, algumas de suas caracter�sticas e valores apontam para importante potencial de influ�ncia no processo de forma��o do voto.
O grupo de garotos brancos escolarizados corresponde a apenas 4% da popula��o, mas todos t�m conta em redes sociais e 81% fazem uso delas para acompanhar pol�tica e not�cias sobre as elei��es.
As senhoras n�o brancas de baixa escolaridade –7% do total– s�o, na maior parte dos casos, donas de casa e aposentadas (49%) que administram baixos or�amentos familiares. Tamb�m possuem maior convers�o religiosa do que o restante dos eleitores (96%).
O desempenho de Bolsonaro � majorit�rio no grupo correspondente at� a idade de 24 anos. Se todas as outras vari�veis –de escolaridade, g�nero e cor da pele– fossem mantidas e a idade passasse, por exemplo, para at� 33, a inten��o de voto no deputado federal (PSC-RJ) candidato cairia para 44%.
No caso de Lula, quando se exclui a regi�o do pa�s do modelo, outras combina��es s�o calculadas e passam a ser determinantes, como escolaridade, idade, cor da pele e g�nero.
A renda familiar mensal, por guardar alta correla��o com essas var�veis, deixa de ser discriminante em ambos os casos.
Entre os garotos brancos, a maioria mora no Sudeste e tem renda familiar acima da m�dia da popula��o. A taxa dos que dizem n�o ter partido de prefer�ncia e dos que rejeitam Lula tamb�m � mais alta do que a observada no total do pa�s.
PROBLEMAS DO BRASIL
Como principal problema do Brasil, destacam, mais do que outros segmentos, a educa��o, a economia e a corrup��o. Quando Bolsonaro n�o est� no segundo turno, a maioria opta pelo governador de S�o Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), ou Marina Silva (Rede).
O grupo das mulheres mais velhas e de pouca escolaridade concentra-se acima da m�dia no Nordeste. A grande maioria (72%) possui renda familiar mensal de at� dois sal�rios m�nimos.
Men��es ao desemprego como principal problema do Brasil s�o muito mais frequentes do que no resto da popula��o, assim como a percep��o de que as situa��es econ�micas, tanto do pa�s quanto a pessoal, pioraram nos �ltimos meses.
Quando Lula n�o est� na disputa presidencial, distribuem-se principalmente entre Marina, votos brancos e nulos. Bolsonaro � o candidato de menor apelo no estrato.
Mais contrastes interessantes s�o observados nos dois nichos quando assuntos pol�micos s�o abordados. Os rapazes brancos escolarizados s�o muito mais liberais quando se discutem aborto e maconha.
O estrato feminino mais velho, n�o branco e de baixa escolaridade reprova a descriminaliza��o de ambos.
Elas, por�m, n�o se mostram t�o favor�veis � redu��o da maioridade penal e demonstram opini�o diametralmente oposta � dos garotos quanto � posse de armas –69% delas a condenam, enquanto 66% deles a defendem.
Se contemplados na agenda eleitoral para 2018, temas correlatos exigir�o adequa��o dos discursos de ambos os candidatos, considerando o perfil dos nichos em que atualmente t�m o melhor desempenho.
(articleGraphicCredit).. | ||
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