'Canalhice', diz Kiko Zambianchi sobre r�u da Lava Jato que usou seu nome
Bruno Poletti/Folhapress | ||
O m�sico Kiko Zambianchi durante evento em S�o Paulo em 2015 |
O m�sico Kiko Zambianchi, 57, achava gra�a dos apelidos de investigados pela Lava Jato encontrados nas planilhas da Odebrecht, at� descobrir que seu nome havia se tornado um.
Um dos r�us da opera��o, o empres�rio Francisco de Assis Neto � apontado como um dos operadores do esquema de corrup��o do ex-governador S�rgio Cabral (PMDB), no Rio. Ele ocupou o cargo de secret�rio-adjunto de comunica��o social do governo. Conhecido como Kiko, aparecia nas planilhas como "Zambi", segundo o MPF (Minist�rio P�blico Federal) em uma refer�ncia ao compositor e autor de m�sicas como "Rolam as Pedras" e "Primeiros Erros".
"� uma sacanagem, uma canalhice", afirma Zambianchi, que tamb�m se chama Francisco e estuda entrar com uma a��o contra o xar�. "� um preju�zo meu nome estar envolvido em uma coisa dessa sem motivo e ao lado de bandidos".
Kiko Zambianchi diz que, surpreso, achou gra�a quando viu que seu nome estava em planilhas que registravam recursos il�citos. F�s, amigos e familiares, conta o m�sico, ficaram mais irritados do que ele. Logo, por�m, passou a se perguntar se sua reputa��o n�o seria manchada.
"Ser� que a pol�cia em nenhum momento n�o pensou que eu mesmo n�o estava envolvido com isso? Ser� que as pessoas veem o meu nome e sabem discernir o que � uma coisa e o que � outra?", questiona Zambianchi.
Descrente da pol�tica brasileira, Kiko n�o conhecia Neto nem como ex-secret�rio de Cabral e nem como poss�vel f�.
"Eu achava gozado os nomes das planilhas da Lava Jato e, de repente, estava eu l� no meio. Foi uma surpresa desagrad�vel", conta.
O m�sico definiu a situa��o pol�tica atual no Brasil como deprimente e assustadora. "A gente devia parar tudo e tirar todo mundo de l�, inclusive do STF. Est� tudo contaminado, uma bagun�a total". "Os pol�ticos que est�o a� deviam ter vergonha na cara e renunciar".
Ele declara apoio � Lava Jato e acredita que a opera��o vai, no m�nimo, diminuir a corrup��o e deixar pol�ticos e autoridades mais atentas.
Francisco de Assis Neto foi preso em fevereiro na Opera��o Efici�ncia, que teve como principal alvo o empres�rio Eike Batista. De acordo com planilhas apresentadas pelos doleiros Renato e Marcelo Hasson Chebar em acordo de dela��o, Neto recebeu R$ 7,7 milh�es em 2014. No per�odo, ele cuidava da campanha do deputado federal Marco Ant�nio Cabral (PMDB-RJ), filho do ex-governador.
De acordo com o relato dos delatores, o dinheiro era entregue na sede da empresa de Neto, no centro do Rio.
Indiciado sob suspeita de lavagem de dinheiro e organiza��o criminosa, ele foi solto em agosto por decis�o da 6� Turma do STJ (Superior Tribunal de Justi�a), que entendeu que o empres�rio n�o representava risco para as investiga��es.
� �poca, Neto disse que n�o recebeu a quantia mencionada pelos doleiros e que o endere�o fornecido pelos delatores foi uma sala de sua empresa cedida para a campanha de Marco Ant�nio Cabral.
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