Lava Jato pressiona Andrade Gutierrez a delatar filho de Lula
Dida Sampaio/Ag�ncia Estado/AE | ||
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F�bio Luiz Lula da Silva na cerim�nia de posse presidencial em Bras�lia (DF) em 2007 |
Sem Gamecorp, Lulinha e teles, n�o tem acordo. Foi esse recado, dito sem rodeios, que negociadores da Andrade Gutierrez receberam de procuradores da for�a-tarefa da Opera��o Lava Jato em Curitiba neste m�s.
O grupo Andrade Gutierrez � um dos controladores da Oi, operadora de telefonia que investiu R$ 82 milh�es na Gamecorp, empresa que tem entre os seus s�cios F�bio Lu�s Lula da Silva, o Lulinha, o filho mais velho do ex-presidente Lula.
O que os investigadores querem saber � por que a Oi colocou os R$ 82 milh�es na Gamecorp, depois rebatizada de PlayTV, numa �poca em que a operadora acumulava preju�zo atr�s de preju�zo e a empresa de Lulinha n�o dava retorno. A Oi est� em recupera��o judicial desde junho do ano passado, com d�vidas de R$ 63,9 bilh�es.
A Andrade Gutierrez foi uma das primeiras empresas a fechar acordos de dela��o e de leni�ncia com procuradores da Lava Jato, em 2015, ap�s aceitar pagar uma multa de R$ 1 bilh�o.
Investiga��es de procuradores e da Pol�cia Federal descobriram depois que a empresa omitira uma s�rie de crimes em seu acordo. Entre eles estavam o suposto pagamento de suborno ao senador A�cio Neves (PSDB), por conta da obra da Cidade Administrativa quando ele era governador de Minas, e ao ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) –o que ambos negam enfaticamente.
A dela��o de executivos da Odebrecht tamb�m apontou lacunas no acordo da Andrade Gutierrez.
S�rgio Andrade, que preside o conselho do grupo e n�o participou do primeiro acordo sob alega��o de que estava fora da administra��o desde 2007, foi citado como negociador de acertos em obras do setor el�trico e suposto pagador de propina a A�cio, o que o senador refuta.
S�o essas suspeitas que a empresa sanaria na complementa��o do acordo fechado em 2015, chamado pelos procuradores de "recall".
A principal d�vida � se Sergio Andrade acertou pagamentos � Gamecorp para facilitar o acesso � c�pula do PT e a Lula.
A suspeita � que Andrade Gutierrez teria feito isso justamente por causa de sua liga��o hist�rica com A�cio Neves e com sua fam�lia, pelo fato de ser a principal empreiteira de Minas Gerais, onde foi fundada em 1947.
O substituto de Sergio Andrade na presid�ncia do grupo, Ot�vio Azevedo, que foi preso e participou do acordo de dela��o de 2015, contou que o investimento feito na Gamecorp seguiu crit�rios de mercado, e n�o pol�ticos.
A Telemar, antigo nome da Oi, investiu R$ 5,2 milh�es na Gamecorp em 2005, um ano ap�s a empresa ter sido criada com um capital de R$ 10. Posteriormente foram feitos pagamentos � Gamecorp por outras empresas ligadas � Oi, como a Oi M�vel e a Telemar Internet.
A Gamecorp � respons�vel por um canal de TV que era inicialmente sobre videogame e depois passou a tratar de cultura pop, o PlayTV.
H� suspeitas tamb�m de que a fus�o e compra da Brasil Telecom pela Telemar em 2008 teve irregularidades e que o investimento p�blico teve suborno como contrapartida.
Para que o neg�cio desse certo, o Banco do Brasil e o BNDES tiveram de investir R$ 6,8 bilh�es na nova empresa de telefonia, a Oi, criada na segunda gest�o de Lula � frente da Presid�ncia.
O argumento de Lula para justificar o investimento � de que o pa�s precisava de uma empresa de telecomunica��es de porte, uma "supertele", para fazer frente aos grupos estrangeiros.
A d�vida da Oi, de R$ 63,9 bilh�es, revela o tamanho do desastre que foi a fus�o dessas duas empresas.
Dois especialistas em teles ouvidos pela Folha, sob condi��o de anonimato, dizem que, se a Oi for arrastada para a Lava Jato, a empresa pode quebrar por causa da rea��o dos bancos, que cortariam o cr�dito.
OUTRO LADO
Andrade Gutierrez, Oi, Lulinha e a assessoria dos advogados de Lula n�o quiseram se pronunciar sobre as hip�teses dos investigadores da Lava Jato. Em outras ocasi�es, a defesa de Lula afirmou que a Oi � s�cia da Gamecorp e participa da administra��o da empresa de seu filho.
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