Dilma inocenta Gleisi em depoimento � Justi�a como testemunha de defesa
Fl�vio Neves | ||
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Gleisi Hoffmann (� esq.) com Dilma Rousseff e Lula em ato no Rio Grande do Sul, em abril |
A ex-presidente Dilma Rousseff prestou depoimento � Justi�a nesta sexta-feira (28) como testemunha de defesa na a��o contra a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) e o marido dela, o ex-ministro Paulo Bernardo.
Os dois s�o acusados pela Opera��o Lava Jato de receber R$ 1 milh�o do esquema de corrup��o da Petrobras para bancar a campanha eleitoral dela ao Senado, em 2010. O processo corre no STF (Supremo Tribunal Federal).
Dilma disse que a senadora, que era ministra-chefe da Casa Civil quando Paulo Roberto Costa foi demitido da diretoria de Abastecimento da estatal, n�o tentou pressionar pela manuten��o dele no posto.
A perman�ncia de Costa no cargo seria um dos motivos, segundo a den�ncia, que levaram Bernardo a pedir o pagamento de propina.
A ex-presidente tamb�m afirmou nesta sexta que o ex-ministro n�o a procurou ap�s a sa�da do ex-diretor para falar do assunto.
A petista foi ouvida na sede da Justi�a Federal de Porto Alegre. Conduzida pelo juiz auxiliar Paulo Marcos de Farias, que trabalha com o ministro Edson Fachin, relator da a��o, a audi�ncia durou cerca de meia hora —come�ou �s 13h10 e foi at� as 13h46.
Vestindo blusa preta e blazer vermelho, ela chegou em um ve�culo com vidros escuros e usou uma entrada lateral do pr�dio para acessar a sala onde falaria.
A petista reiterou diversas vezes que Gleisi era ministra quando ela demitiu Costa e que "ela [Gleisi] n�o participava dessa decis�o. N�o era do �mbito dela".
Dilma afirmou nunca ter tratado do assunto com a senadora, atual presidente nacional do PT, a quem chamou de "uma pessoa bastante s�ria e extremamente r�gida".
Al�m de Dilma, j� foram ouvidos no processo os ex-presidentes da Petrobras Jos� S�rgio Gabrielli, na Bahia, e Gra�a Foster, no Rio de Janeiro, e o ex-presidente Lula, em S�o Paulo. Ainda deve prestar depoimento o ex-ministro Gilberto Carvalho.
O casal Gleisi e Paulo Bernardo nega as acusa��es.
'N�O OUSARIAM'
A ex-presidente afirmou � Justi�a que dispensou Paulo Roberto Costa da estatal porque "n�o achava que ele era competente para o cargo".
Questionada na audi�ncia se alguma pessoa, pol�tico ou lideran�a pediu para ela manter Costa, foi objetiva: "N�o ousariam".
"Ningu�m pediu. Ningu�m achava que dava para chegar perto de mim e falar 'n�o tira'", prosseguiu.
Dilma tamb�m foi assertiva ao ouvir pergunta sobre "uma discuss�o muito r�spida" com Paulo Roberto Costa, relatada em depoimento do processo.
"V�rias", disse a ex-presidente.
Sua conviv�ncia com ele era "um pouco distante", contou.
"Eu n�o gostava nem desgostava dele. Eu tinha uma rela��o profissional. As discuss�es que eu tinha era quando eu divergia. N�o concordava muito com ele n�o. Mas n�o tinha nenhum ind�cio maior de qualquer coisa irregular da parte dele."
Dilma disse que o ex-diretor n�o cumpria metas nem prazos, al�m de "n�o dar satisfa��es".
"Eu n�o tinha uma avalia��o muito otimista e favor�vel do Paulo Roberto Costa, no que se refere a gest�o."
Ele foi o primeiro delator da Lava Jato e ainda cumpre pena.
PROTESTO
No in�cio do depoimento, Dilma Rousseff reagiu � proposta do Minist�rio P�blico de que ela fosse ouvida como informante, e n�o como testemunha.
O argumento foi o de que ela teria "envolvimento nos fatos", j� que era presidente da Rep�blica no per�odo.
O magistrado que conduziu a sess�o negou o pedido, justificando que n�o h� na den�ncia o nome da petista como participante de qualquer ato irregular.
Mesmo ap�s a rejei��o pelo juiz, Dilma protestou. Ela levantou o dedo indicador e pediu a palavra.
"Eu acho um absurdo eu ser relacionada com qualquer fato por ser presidente da Rep�blica na �poca. Acho essa afirma��o estarrecedora. Eu estou me defendendo depois dessa acusa��o impl�cita."
Em outro momento, ela foi questionada sobre o processo de escolha de diretores da Petrobras e indagada se havia indica��es pol�ticas.
Dilma disse n�o ter conhecimento se Costa foi nomeado a pedido do PP.
"No meu per�odo n�s fizemos nomea��es eminentemente t�cnicas, buscando as melhores pessoas para cumprir as fun��es. E que eu me lembre a mesma coisa ocorreu no governo do presidente Lula. Ocorre que nem sempre as pessoas s�o aquilo que voc� pensa que elas s�o."
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