Grampo de Temer com Loures pode virar novo inqu�rito
A Procuradoria-Geral da Rep�blica deve pedir a abertura de um novo inqu�rito com base em di�logo do deputado afastado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) com o presidente Michel Temer.
A suspeita � de tr�fico de influ�ncia para beneficiar a Rodrimar, empresa que opera no porto de Santos e foi alvo de buscas da Pol�cia Federal na semana passada.
Os procuradores acreditam que j� reuniram ind�cios para investigar Loures. Eles examinam pap�is apreendidos na sede da empresa para decidir se � o caso de incluir o presidente no inqu�rito.
Temer foi gravado quando dava informa��es ao aliado sobre um decreto que ele assinaria seis dias depois. A medida beneficiaria concession�rias de portos, que tiveram suas concess�es renovadas por 35 anos, sem licita��o.
Ap�s a conversa, Loures repassou as informa��es a um interessado no decreto: Ricardo Conrado Mesquita, diretor da Rodrimar. O executivo festejou a not�cia e disse que o deputado afastado seria "o pai da crian�a".
A conversa interceptada pela PF ocorreu em 4 de maio, quando Loures ligou para o Planalto e foi atendido por Temer. O telefone do deputado afastado estava grampeado com autoriza��o judicial.
O presidente avisou a Loures que o decreto dos portos seria assinado na quarta-feira seguinte. Tamb�m contou que as concess�es de 35 anos teriam o prazo dobrado, chegando a 70 anos de dura��o.
"Aquela coisa dos 70 anos l� para todo mundo parece que est� acertando aquilo l�", disse Temer.
Minutos depois de falar com o presidente, Loures ligou para o diretor da Rodrimar e repassou as informa��es. O executivo comemorou a not�cia: "� isso a�, voc� � o pai da crian�a, entendeu?".
Loures continuou: "A ideia � que se o governo for tomar uma decis�o, nessa ou naquela dire��o...". "Tinha que ser valorizado. Valorizado, n�o �?", disse o executivo.
PORTO DE SANTOS
A Rodrimar j� foi citada em inqu�rito sobre Temer no STF (Supremo Tribunal Federal). O presidente foi investigado sob suspeita de participar de um esquema de cobran�a de propina de concession�rias do porto de Santos.
Uma planilha entregue � PF atribu�a o pagamento de R$ 1,28 milh�o em propinas, sendo metade para uma pessoa identificada como "MT". A pol�cia entendeu que as iniciais se referiam a Temer.
Em maio de 2011, o ministro Marco Aur�lio Mello determinou que o ent�o vice-presidente fosse exclu�do do inqu�rito. Ele atendeu a pedido da Procuradoria-Geral da Rep�blica, que disse n�o ter encontrado provas suficientes contra o peemedebista.
A defesa do Loures n�o quis comentar o caso. A Presid�ncia negou que Temer tenha cometido irregularidade e afirmou que o decreto dos portos foi debatido em grupo de trabalho. "Os prazos e terminais beneficiados foram debatidos nas v�rias reuni�es realizadas pelo grupo", afirmou, em nota.
"As reuni�es eram p�blicas e as dezenas de participantes sabiam do conte�do. Portanto, as informa��es eram p�blicas", concluiu.
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