Para M�nica Moura e Jo�o Santana, Palocci era 'mineiro'
A mulher do marqueteiro Jo�o Santana, M�nica Moura, contou a investigadores da Opera��o Lava Jato que o ex-ministro Ant�nio Palocci era chamado pelo casal de "mineiro". "[Ant�nio] Palocci era mineiro porque era mineiro demais: ele tava sempre ali, na moita. Ele nunca se exp�e, nunca diz sim, nunca diz n�o", disse.
De acordo com ela, Santana costumava dar apelidos para despistar evid�ncias da origem do dinheiro recebido pelo casal, j� que a maior parte n�o era declarada � Justi�a eleitoral.
Esse cuidado era tomado especialmente a pedido de Santana, que reprimia a mulher quando ela usava o nome verdadeiro de pol�ticos. "Como eu tinha um h�bito de anotar tudo em agenda, o Jo�o ficava falando: 'N�o fica anotando o nome das pessoas assim: [Ant�nio] Palocci, R$ 1 milh�o, do lado'", disse.
Palocci, que na lista da construtora Odebrecht aparece como "italiano", era um dos principais interlocutores do PT com o casal durante a reelei��o do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, em 2006.
Giuliano Gomes/Folhapress | ||
O ex-ministro Antonio Palocci, preso na 35� fase da Opera��o Lava Jato |
De acordo com a delatora, foi com ele que foram acertados os pagamentos e os valores cobrados para fazer a campanha eleitoral.
M�nica revelou ainda outros dois apelidos, um deles para Juscelino Dourado, que trabalhava com o ex-ministro petista e tamb�m foi respons�vel por pagamentos. "O Juscelino para gente era madre porque ele era muito religioso, muito certinho. Tipo coroinha de igreja", disse.
J� o ex-executivo da Odebrecht Pedro Novis era apelidado de "Cae", pelo fato de ele ter relatado ao casal ter amizade com o cantor baiano Caetano Veloso.
Apesar dos apelidos serem usados como disfarce, M�nica explicou que n�o havia, � �poca, "tanto cuidado" em tratar de pagamentos "como existe hoje, ap�s a Lava Jato", afirma.
ORIGEM DO DINHEIRO
Questionada por investigadores, M�nica negou ter conhecimento de que o dinheiro pago ao casal era proveniente de corrup��o. Contudo, a delatora disse a procuradores "desconfiar" que havia alguma "negociata" entre a empreiteira Odebrecht e o PT.
"Eu imaginava que havia negociatas entre eles para a Odebrecht pagar para a gente um valor t�o consider�vel sem ser registrado, por fora. Eu imaginava que era de superfaturamento de obras", disse.
A delatora, respons�vel pela contabilidade das P�lis, empresa do casal, disse ainda que era "uma loucura" gerenciar os valores gastos e o dinheiro recebido ao longo do trabalho prestado.
"O dinheiro oficial era muito pequeno e eu tinha que ter lucro. Como � que eu ia explicar: voc� fez uma campanha e n�o tinha lucro?", disse. De acordo com M�nica, o lucro era mantido em contas fora do pa�s, mas era preciso deixar no Brasil algum valor comprovando os ganhos da empresa para evitar suspeitas.
Ela contou aos investigadores que parte dos pagamentos feitos pelo PT e pela Odebrecht era em esp�cie e outro montante em contas no exterior.
Questionada por procuradores se ela nunca se questionou sobre a origem do dinheiro, M�nica disse que era "muito dif�cil" fazer esse tipo de pergunta.
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