Odebrecht pagava campanhas para manter 'grandes neg�cios'
A mulher do marqueteiro Jo�o Santana, M�nica Moura, disse que a construtora Odebrecht ajudou a pagar, por fora, campanhas eleitorais fora do Brasil porque tinha interesse em manter "grandes neg�cios". O depoimento foi gravado em v�deo como parte do acordo de dela��o premiada fechada com o Minist�rio P�blico Federal.
No caso de Angola, em 2012, M�nica disse que US$ 20 milh�es, dos US$ 50 milh�es contratados para a campanha toda do presidente Jos� Eduardo dos Santos, foram pagos em esquema de caixa dois por meio da construtora Odebrecht. Os procuradores da Rep�blica quiseram saber de M�nica porque sempre a Odebrecht aparece como parceira de pagamentos de campanhas pol�ticas no exterior.
"Era claro nessa rela��o, se esse dinheiro era pago por fora � porque eles tinham grandes neg�cios, vultuosos neg�cios. Eu posso dizer que 80% das obras de Angola.... A Odebrecht � praticamente dona de metade do pais. Eles t�m mina de diamante l�, em parceria com o governo. Eles t�m muitos neg�cios. Ent�o, para eles, manter o presidente Jos� Eduardo dos Santos era um grande interesse, porque eles tinham grandes neg�cios", disse M�nica.
"� esse tipo de coisa que interessa a eles. Por isso eles se esfor�am por manter o presidente de diversas formas, eles pagam uma campanha, colaboram com uma campanha como essa. Como acontece nos Estados Unidos tamb�m, a mesma coisa, s� n�o sei se � caixa dois. Os grandes empreiteiros que ajudam os candidatos americanos � porque eles t�m interesse nas obras depois, eles t�m interesse nos trabalhos que v�o fazer, imagino que � isso acontece. Era isso que acontecia", afirmou a publicit�ria.
M�nica contou que sua ag�ncia de marketing decidiu fazer a campanha depois que o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva pediu a Jo�o Santana que assumisse o trabalho de reelei��o de Santos. M�nica disse que, no meio das conversas iniciais, Lula sugeriu que Santana contratasse o jornalista e ex-ministro Franklin Martins.
"O Lula queria que Franklin Martins fosse fazer essa campanha com a gente. L� atr�s, quando ele intermediou o encontro que ele teve com Emilio [Odebrecht] e o presidente, que pediu o Jo�o Santana. O Lula, quando conversou com Jo�o, falou: 'Voc� podia levar o Franklin'. Era para ajudar o Franklin que o Lula queria, entendeu, financeiramente. 'Voc� podia levar o Franklin para dividir com voc� essa coordena��o com voc� l�, o Franklin � um cara bom...' E o Jo�o n�o quis, n�o precisava na verdade."
Segundo M�nica, quando ela chegou a Angola foi conversar com o respons�vel pela �rea de comunica��o do governo chamado Rui Falc�o (hom�nimo e sem parentesco com o atual presidente do PT). Nessa ocasi�o, M�nica ouviu que a Odebrecht iria entrar no financiamento da campanha.
"Fui conversar com Rui Falc�o sobre contratos, sobre dinheiro, eu sozinha. Quando cheguei l�, Rui Falc�o falou: 'Olha, tem esse valor, tem que ser uma parte por fora. Uma parte vai ser paga pela Odebrecht. E outra parte em contrato com o MPLA'. O partido. Ent�o ficou acertado que US$ 30 milh�es seria feito com o partido, o MPLA, e US$ 20 milh�es seria feito atrav�s da Odebrecht. Foi assim realmente. Ent�o esses US$ 30 milh�es eu recebi em tr�s parcelas de US$ 10 milh�es ao longo da campanha, n�o foi uma coisa consecutiva, e depositada numa conta banc�ria que eu abri l�, no banco Sol, � um banco angolano pertencente ao partido."
A DELA��O DO CASAL - Acusa��es de Jo�o Santana e M�nica Moura ao Minist�rio P�blico Federal
Livraria da Folha
- Box de DVD re�ne dupla de cl�ssicos de Andrei Tark�vski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenci�rio
- Livro analisa comunica��es pol�ticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade