Dilma sugeriu transferir dinheiro de caixa 2 para Cingapura, diz delatora
A empres�ria M�nica Moura, que atuou nas campanhas eleitorais de Dilma Rousseff ao lado de seu marido, o marqueteiro Jo�o Santana, disse em v�deo da dela��o acertada com a Justi�a que a ex-presidente sugeriu a ela que o casal transferisse o dinheiro recebido via caixa 2 da Su��a para Cingapura.
"Voltei pro Brasil, em 2015, estive com ela [Dilma] algumas vezes e ela sempre preocupada com o avan�o da Lava-Jato, com a conta [da Shellbill]. Ela sugeriu uma vez: porque voc�s n�o transferem essa conta? Ela sugeriu uma vez: e se voc�s mudassem pra algum lugar, como Cingapura ou algo assim, que ela tinha ouvido falar que era muito seguro", contou M�nica.
M�nica e Santana receberam pagamentos referentes �s campanhas em uma conta aberta na Su��a em nome da Shellbill, uma offshore do Panam�. O dinheiro vindo de caixa 2 era depositado nessa conta a mando de Odebrecht, de Eike Batista e de outras empresas.
Ueslei Marcelino - 29.ago.2016/Reuters | ||
A ex-presidente Dilma Rousseff durante seu julgamento no Senado no ano passado |
A conta, aberta no banco Heritage, tamb�m recebeu dinheiro para custear campanhas em outros pa�ses, como Angola e Venezuela, segundo os delatores.
De acordo com o casal, Dilma temia que a Lava Jato pudesse descobrir que a Odebrecht havia pagado contas de sua campanha se a conta da Shellbill fosse encontrada.
Esse temor era o principal tema das conversas entre M�nica e Dilma ao longo de v�rios meses, de acordo com a delatora. A petista teria come�ado a questionar se a conta era segura desde novembro de 2014, logo ap�s vencer a elei��o.
O conselho de Dilma n�o foi seguido. "O Jo�o [Santana] falava que n�o ia mexer de jeito nenhum. Eu n�o tenho culpa. Enfim, ele n�o aceitava. Aquelas coisas do Jo�o", disse M�nica.
O casal foi preso pela Lava Jato em fevereiro de 2016. Seis meses depois, obtiveram liberdade provis�ria.
OUTRO LADO
A ex-presidente Dilma Rousseff afirmou, por meio de uma publica��o em seu site nesta sexta-feira (12), que as dela��es de Jo�o Santana e M�nica Moura s�o mentirosas e que o objetivo do casal � conseguir redu��o de pena a partir de vers�es "falsas e fantasiosas".
Segundo o texto, a ex-presidente nunca negociou doa��es eleitorais ou ordenou pagamentos ilegais a prestadores de servi�os em suas campanhas, ou fora delas.
"S�o mentirosas e descabidas as narrativas dos delatores sobre supostos di�logos acerca dos pagamentos de servi�os de marketing. Dilma Rousseff jamais conversou com Jo�o Santana ou M�nica Moura a respeito de caixa dois ou pagamentos no exterior. Tampouco tratou com quaisquer doadores ou prestadores de servi�os de suas campanhas sobre tal assunto", diz trecho da publica��o, assinada pela assessoria da ex-presidente.
Ainda conforme Dilma, � "fantasiosa" a vers�o de que ela informava delatores sobre o andamento da Lava Jato. "Causa ainda mais espanto a vers�o de que por meio de uma suposta 'mensagem enigm�tica', conforme a fantasia dos delatores, a presidente tivesse tentado 'avis�-los' de uma poss�vel pris�o. Tal vers�o � pat�tica."
A assessoria da ex-presidente informou ainda que � falsa a afirma��o de que ela teria recomendado que os delatores ficassem no exterior e "� ris�vel imaginar que a presidente da Rep�blica recebeu informa��es de forma privilegiada e ilegal ao longo da Lava Jato". "Isso seria presumir que a Pol�cia Federal, o Minist�rio P�blico ou o pr�prio Judici�rio, por serem os detentores e guardi�es dessas informa��es, teriam descumprido seus deveres legais."
A DELA��O DO CASAL - Acusa��es de Jo�o Santana e M�nica Moura ao Minist�rio P�blico Federal
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