'Cobrei Dilma v�rias vezes', diz mulher de marqueteiro sobre d�vida de caixa 2
A mulher do marqueteiro Jo�o Santana, M�nica Moura, afirmou, em v�deo da dela��o premiada � Justi�a, que cobrou diversas vezes pessoalmente a ent�o presidente Dilma Rousseff sobre o pagamento de R$ 25 milh�es em caixa dois, mas ela pedia "paci�ncia".
Oficialmente, n�o havia d�vida na campanha presidencial de 2014 de Dilma com M�nica e Santana, mas pelo acerto que, segundo M�nica, foi feito com o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, um total de R$ 35 milh�es seriam pagos em caixa dois. Desse total, a Odebrecht pagou em esp�cie R$ 10 milh�es ao longo de 2014, em diversas entregas em S�o Paulo, mas ficaram faltando R$ 25 milh�es.
De acordo com a delatora, toda a campanha custaria R$ 105 milh�es, dos quais R$ 70 milh�es seriam em declara��o registrada na Justi�a Eleitoral. O valor foi acertado com Guido Mantega, indicado por Dilma, segundo M�nica, como o respons�vel para tratar do assunto na campanha de 2014.
M�nica achava que o pagamento da d�vida de R$ 25 milh�es seria feito por remessas no exterior para a conta da firma offshore do casal Santana, a Shellbill Finance, como a Odebrecht j� havia feito em outras campanhas eleitorais.
Por�m, com o avan�o das investiga��es da Opera��o Lava Jato, os representantes da Odebrecht que cuidavam do tema da campanha presidencial, Fernando Migliaccio e Humberto Mascarenhas, passaram a dizer que n�o havia autoriza��o para terminar os pagamentos.
Diante do impasse, M�nica disse ter procurado a presidente Dilma em diversas ocasi�es no Pal�cio do Alvorada, em Bras�lia. Os encontros ocorriam algumas vezes a pedido da presidente, outras vezes por iniciativa de M�nica.
Paulo Lisboa - 01.ago.2016/Folhapress | ||
A mulher do marqueteiro Jo�o Santana Monica Moura deixa unidade da PF em Curitiba |
"Eu procurei a Dilma. Eu estive v�rias vezes com a Dilma em 2015 por conta desse atraso. Eu ligava para Hilberto, ligava para Fernando. [...] 'N�o, n�o est� liberado ainda. N�o tem autoriza��o ainda. Deixa baixar a poeira'. Depois dei como perdido esse que seria o lucro dessa campanha", disse M�nica.
Segundo a mulher de Santana, Dilma procurava acalm�-la diante das cobran�as. "Ela me pedia paci�ncia. Eles iam resolver. 'Voc� s� tem que ter paci�ncia, espera que eles v�o resolver'", disse M�nica. Ela disse que nunca recebeu os R$ 25 milh�es restantes.
Apesar da d�vida, o relacionamento de Dilma com o marqueteiro Jo�o Santana continuou bom, segundo M�nica. Eles n�o brigaram e Dilma, segundo M�nica, tinha grande confian�a pelo marqueteiro, ao contr�rio do que teria com a maioria dos seus auxiliares.
"O Jo�o ficou muito pr�ximo da Dima e muito pr�ximo do Lula depois das campanhas todas que fizemos juntos. Depois de 2010, que foi uma grande vit�ria, foi uma vit�ria expressiva e importante, eleger o 'poste Dilma', como todos diziam, a Dilma se apegou muito ao Jo�o", disse M�nica.
"A Dilma n�o confia em ningu�m. Ela tem um problema grave que ela n�o confia na capacidade de ningu�m. Ela acha que todo mundo � burro, todo mundo � incapaz. Com o Jo�o, ao contr�rio, ela tinha uma confian�a nele, na intelig�ncia dele, na capacidade dele de pensar, ent�o ela recorria sempre a ele, como ajuda mesmo", acrescentou a delatora.
OUTRO LADO
A ex-presidente Dilma Rousseff afirmou que os marqueteiros Jo�o Santana e M�nica Moura, que a acusaram de ter conhecimento do caixa dois da Odebrecht, "prestaram falso testemunho e faltaram com a verdade em seus depoimentos, provavelmente pressionados pelas amea�as dos investigadores".
Em nota de sua assessoria de imprensa, a petista disse que "apesar de tudo, a presidente eleita acredita na Justi�a e sabe que a verdade vir� � tona e ser� restabelecida".
A DELA��O DO CASAL - Acusa��es de Jo�o Santana e M�nica Moura ao Minist�rio P�blico Federal
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