Conselho pune com advert�ncia cuspe de Wyllys em Bolsonaro
Alan Marques - 17.abr.2016/Folhapress | ||
Jean Wyllys (PSOL) discute com Bolsonaro (PP-RJ) durante a sess�o em abril |
O Conselho de �tica da C�mara dos Deputados decidiu nessa quarta-feira (5) punir com uma censura por escrito o deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) pelo cuspe em Jair Bolsonaro (PSC-RJ) no dia da vota��o do impeachment de Dilma Rousseff, em abril de 2016.
O relator, deputado Ricardo Izar (PP-SP), havia sugerido inicialmente a suspens�o do mandato por quatro meses (depois reduziu para 30 dias), sob o argumento de que o ato cometido por Wyllys havia sido "torpe" e teria atingido a imagem do Congresso Nacional.
Seu relat�rio foi derrotado por 9 votos contra 4. A advert�ncia escrita, relatada por Julio Delgado (PSB-MG), foi aprovada por 13 votos a 0.
Wyllys se desentendeu com Bolsonaro momentos depois de anunciar no microfone do plen�rio sua posi��o contr�ria � recomenda��o da abertura do processo de impeachment.
Ao descer do p�lpito montado, ele deu uma cusparada na dire��o de Bolsonaro. O deputado do PSOL, que � homossexual assumido, disse que vinha sendo ofendido de forma reiterada por coment�rios homof�bicos do colega do PSC.
Bolsonaro nega e diz que assim como outros deputados apenas repetiu nessa vota��o a express�o "tchau, querida", se referindo a Dilma. Durante a confus�o, seu filho, Eduardo Bolsonaro (PSC-SP), cuspiu de volta na dire��o de Wyllys.
Wyllys pode recorrer ao plen�rio da C�mara contra a advert�ncia escrita. O texto dessa censura n�o foi informado. Se confirmada, ela ser� lida em plen�rio pelo presidente da C�mara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ainda sem data definida.
Embora defendessem o arquivamento sum�rio da representa��o, aliados de Wyllys disseram estar satisfeitos com a decis�o desta quarta.
Bolsonaro tamb�m foi recentemente alvo do Conselho, mas acabou sendo absolvido.
Em novembro de 2016, o colegiado decidiu por 11 votos a 1 arquivar a representa��o que pedia a cassa��o do mandato do deputado do PSC por ele ter defendido, tamb�m no dia da vota��o do impeachment, a mem�ria do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra (1932-2015), um dos principais s�mbolos da repress�o durante a ditadura militar.
DEBATE
Apesar de o conselho ser formado por v�rios apoiadores de Bolsonaro, muitos avaliaram que n�o caberia aprovar a suspens�o, j� que essa decis�o deveria ser ratificada ou n�o ao plen�rio da C�mara, o que ampliaria o que eles avaliam como desgaste da imagem da C�mara.
"Tenho medo que o povo comece � a cuspir em n�s a� na rua", afirmou o deputado Jorginho Mello (PR-SC), que defendeu a advert�ncia como forma de n�o alongar mais o assunto.
"V�o pensar que essa Casa n�o tem mais o que fazer do que discutir cuspo, se foi curto, comprido, escarrado", refor�ou Pompeu de Mattos (PDT-RS).
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