Grupo de jovens lan�a o 'Acredito', um 'MBL progressista'
Fundado por brasileiros de diferentes regi�es do Brasil, alguns com passagens por universidades do pa�s e do exterior, um grupo planeja ajudar, por meio de divulga��o e elabora��o de conte�do, candidaturas que representem "renova��o pol�tica" a partir das elei��es de 2018.
O movimento, previsto para ser lan�ado oficialmente em abril sob o nome de "Acredito", ter� apoio da Raps (Rede de A��o Pol�tica pela Sustentabilidade), criada pelo empres�rio Guilherme Leal, da Natura, e de outras funda��es. Leal foi candidato a vice de Marina Silva (hoje Rede, � �poca PV) em 2010.
� frente do Acredito est�o o professor Felipe Ori�, o consultor Jos� Frederico Lyra e a pesquisadora T�bata Pontes. Para 2018, o movimento deve apoiar candidatos que nunca tiveram mandato e queiram concorrer a deputado federal ou estadual.
Segundo eles, a atual insatisfa��o com a pol�tica "est� sendo captada por movimentos mais radicais" e existe a necessidade de "um movimento mais progressista, com um projeto de m�dio prazo, para fazer a renova��o n�o do jeito mais f�cil, mas do jeito certo".
Lyra afirma que os candidatos a serem apoiados ser�o filiados a partidos que se aproximem com a linha de atua��o proposta pelo Acredito.
"N�s vamos definir at� mar�o do ano que vem, perto da janela de troca partid�ria, um grupo de partidos que tenham um m�nimo de alinhamento com o que pensamos", diz.
"Uma forma de ver o movimento Acredito � como uma 'bancada ativista' nacional, ou um MBL [Movimento Brasil Livre] progressista".
Leia, abaixo, a �ntegra do texto que lan�a o movimento.
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Foi uma gera��o admir�vel. Derrubou uma ditadura. Deu vida � democracia e voz a um Brasil esquecido. Universalizou o acesso � educa��o e � sa�de que, apesar das limita��es, se tornaram direitos em uma constitui��o audaciosa. Estabilizou a economia e fez dela a s�tima maior do mundo. Valorizou o sal�rio m�nimo de forma revolucion�ria. Tirou milh�es de pessoas da pobreza e foi exemplo em redu��o de desigualdade. Fortaleceu nossas institui��es.
N�o reconhecer a grandeza do que foi alcan�ado nos �ltimos 30 anos � n�o apenas m�ope, mas desonesto.
Enquanto isso, n�s, nos bancos da escola, idealiz�vamos her�is. Para uns, o intelectual que colocou o pa�s no ritmo do mundo. Para outros, o oper�rio que fez o mundo admirar o pa�s. Testemunhamos tudo com o fasc�nio da juventude. Da estabiliza��o econ�mica a um compromisso nacional contra a fome e a mis�ria. Crescemos em um tempo em que, ano a ano, o melhor parecia sempre estar por vir. O pa�s do futuro era o do nosso presente.
Crescemos. E enquanto cresc�amos, o futuro foi ficando menos brilhante. Vimos que ir � escola n�o significou aprender. Aumento de escolaridade n�o significou produtividade. Prosperidade n�o significou oportunidade e o desenvolvimento nos custou sustentabilidade. Assistimos ao genoc�dio da juventude negra. Erramos com as drogas. Revivemos fantasmas antigos. Pres�dios s�o espet�culos de barb�rie e a seguran�a nossa principal preocupa��o. A promessa da democracia se tornou privil�gio de alguns sobrenomes. Ouvimos um presidente, em 2017, resumir o papel da mulher a pre�os de supermercado.
Enquanto nossos l�deres encolhem –em n�mero e grandeza– nos damos conta de que a hora � agora. � o fim de um ciclo em que a pol�tica foi de solu��o para problema. Da corrup��o ao impeachment, j� n�o buscamos her�is messi�nicos ou solu��es que se tornam parte do problema. Queremos construir, n�s mesmos, o Brasil dos pr�ximos 30 anos.
N�o devemos apagar legados, nem condenar de forma irrespons�vel. � a pr�pria for�a do tempo que abre espa�o para uma nova gera��o de lideran�as. N�o nos deixemos levar por respostas f�ceis. Muitas vir�o entre radicalismos e certezas, mas renova��o requer constru��o. N�o hero�smos individuais, mas um movimento que d� novo significado � pol�tica. Que atualize sua forma, sua linguagem e seu ritmo. Que engaje toda nossa diversidade de perspectivas numa mistura de sotaques, cren�as e ra�as. Que n�o aceite o sistema "como ele �". Que n�o aceite o pa�s como est�. Que acredite em um Brasil mais justo, inclusivo e desenvolvido.
Come�a um movimento para oxigenar a pol�tica brasileira. Para reduzir barreiras a quem nunca teve mandato. Para fazer renova��o n�o com falas f�ceis, mas do jeito certo. Um movimento que nos permita, em meio a tanta indigna��o, dizer ainda mais alto: Acredito.
Se nos pergunt�vamos qual seria a contribui��o da nossa gera��o, agora nos perguntamos: o que estamos esperando?
Felipe Ori�, pernambucano, � co-fundador do Acredito. Cientista pol�tico pela UFPE, � tamb�m mestre pela universidade de Harvard
Jos� Frederico Lyra Netto, goiano, � co-fundador do Acredito. Consultor, � engenheiro pela Unicamp e mestre em pol�ticas p�blicas pela universidade de Harvard
Tabata Amaral de Pontes, paulista, � co-fundadora do Acredito. Co-fundadora e gestora do Movimento Mapa Educa��o, � formada em Ci�ncias Pol�ticas com curso secund�rio em Astrof�sica pela Universidade de Harvard
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