Vazio, Alvorada perde tela de prote��o e vira lar de jo�es-de-barro
Com a desist�ncia do presidente Michel Temer de morar no Pal�cio da Alvorada, foi retirada nesta quinta-feira (9) a tela de prote��o que havia sido instalada no segundo andar e que foi criticada por descaracterizar a fachada posterior da resid�ncia oficial da Presid�ncia.
Em outubro, o Iphan (Instituto do Patrim�nio Hist�rico e Art�stico Nacional) havia autorizado coloca��o da rede de prote��o "em car�ter tempor�rio" para proteger o filho mais novo do presidente, Michelzinho, 7.
O �rg�o estabeleceu como condi��o que n�o houvesse comprometimento das estruturas em m�rmore da varanda do Alvorada.
Com a decis�o do presidente de morar no Pal�cio do Jaburu, resid�ncia oficial da Vice-Presid�ncia, o �rg�o federal retirou a autoriza��o, mas n�o estabeleceu um prazo para o cumprimento da recomenda��o oficial.
O diretor do Departamento de Documenta��o Hist�rica, Ant�nio Lessa, informou, no entanto, que o aparato m�vel que havia sido colocado na varanda dos dormit�rios presidenciais poder� ser reinstalado quando ele frequentar o local.
Para o ex-curador do Pal�cio da Alvorada Rog�rio Carvalho, o Iphan se equivocou ao ter permitido a instala��o da tela de prote��o, que, segundo ele, gerou inc�modo visual e prejudicou o projeto original da fachada posterior do pr�dio.
Ele lembra que o Pal�cio da Alvorada � um bem tombado, um s�mbolo do governo brasileiro, e, por isso, n�o pode ter sua din�mica arquitet�nica desrespeitada.
Carvalho afirma que o Iphan errou ao usar o argumento de que seria poss�vel instalar a tela de prote��o porque ela afetaria a fachada dos fundos e n�o a frente do Alvorada.
Segundo ele, a fachada posterior "� mais din�mica que a frontal e denota mais interesse, por se relacionar com esculturas e paisagismo", em refer�ncia ao jardim nos fundos do pal�cio.
"Se a posterior � t�o ou mais complexa que a frontal, como o Iphan aprova algo com o argumento de que � uma fachada posterior?", questiona.
O ex-curador ressaltou ainda que o neto mais velho de Dilma Rousseff, Gabriel, era mais novo que Michelzinho quando frequentava o Alvorada e nem por isso foi colocada uma rede de prote��o.
JO�O-DE-BARRO
Ao todo, foram gastos R$ 20,2 mil dos cofres p�blicos para adaptar o Pal�cio da Alvorada para a fam�lia presidencial, que retornou ao Pal�cio do Jaburu 11 dias ap�s a mudan�a. O governo afirmou que as altera��es foram feitas para manuten��o peri�dica da resid�ncia oficial e n�o para receber a fam�lia do peemedebista.
Elas, contudo, envolveram a instala��o da rede de prote��o e a adapta��o de um dormit�rio, com reparos e pintura, para acomodar o filho ca�ula. Houve mudan�as ainda em tape�arias, estofados e obras de arte.
A primeira-dama n�o gostou do tom escuro da mob�lia e pediu para substituir a tonalidade dos sof�s por cores mais claras.
Pedro Ladeira/Folhapress |
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Casa de jo�o-de-barro em janela lateral do pal�cio |
Sem hospedar a fam�lia presidencial, o Alvorada se transformou em recep��o para encontros e jantares.
A estrutura palaciana vinha servindo de resid�ncia oficial de todos os presidentes desde Itamar Franco.
Hoje, sem Michel Temer, abriga apenas jo�es-de-barro, que fizeram ninhos na fachada lateral do pr�dio hist�rico.
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