Piloto de Teori pode ter adotado pr�tica informal de pouso
Andr� Barcinski | ||
Local da queda do avi�o em que estava o ministro Teori Zavascki,em Paraty |
O voo que levava o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Teori Zavascki pode ter seguido um procedimento n�o homologado pelas autoridades para pousar em Paraty (RJ) antes de sua queda, no �ltimo dia 19.
Esse procedimento informal � uma forma de pousar na cidade em dias de mau tempo, de acordo com pilotos ouvidos pela Folha.
O uso desse procedimento � uma das quest�es que est�o sendo investigadas pelas autoridades aeron�uticas.
Segundo Carlos Camacho, piloto aposentado e analista de acidentes aeron�uticos, as indica��es at� agora s�o de que a manobra que teria sido feita com o avi�o, descrita por testemunhas do acidente, condiz com o que est� previsto nesse procedimento.
"Se o piloto tivesse vindo direto para sua aproxima��o e pousado, poderia pensar melhor. Mas quando fez uma primeira aproxima��o e a perdeu, ele estava se enquadrando no procedimento Mandrake", afirmou.
Os pilotos que voam em Paraty usam essa carta de aproxima��o para pousar no aeroporto quando as condi��es de visibilidade n�o permitiriam o pouso apenas por visual. O papel tem orienta��es para pouso "por instrumento" e de como fazer o procedimento em caso de "aproxima��o perdida" (arremetida).
Paraty n�o opera com qualquer tipo de instrumento, o que faz com que os pousos s� possam ser realizados quando o piloto pode ver o aeroporto a cinco quil�metros de dist�ncia e 1,5 mil p�s (cerca de 450 metros) de altitude. Quando as condi��es n�o s�o essas, os pilotos devem ir para outra pista.
Havia chuva e nebulosidade no momento do acidente, mas n�o est� confirmado se o aeroporto tinha condi��es de pouso. As autoridades apuram ainda qual teria sido o procedimento do piloto.
Na carta "Mandrake", os pilotos s�o orientados a fazer a arremetida em 600 p�s de altitude (menos de 200 metros) e a cerca de tr�s quil�metros de dist�ncia da pista.
Segundo Camacho, as testemunhas apontam que a aeronave estaria em posi��o ainda mais baixa que a recomendada pelo documento n�o homologado. Essa tamb�m � a informa��o que circula entre pilotos da regi�o.
De acordo com o t�cnico, outro problema � a aus�ncia de copiloto, o que, naquelas condi��es, n�o era recomend�vel.
"Com chuva intensa sobre o mar, existe uma condi��o de espelhamento que confunde o piloto. Com aten��o voltada para as partes internas do avi�o e procurando enxergar a pista, o piloto pode ter descuidado da altitude e quando viu estava entrando na �gua", disse o t�cnico, lembrando que o copiloto auxiliaria nesse ponto.
Relatos de pilotos que voam na regi�o mostram que procedimentos fora das normas s�o comuns, tamb�m por press�o dos donos de avi�es.
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