Marcelo Odebrecht ficar� preso at� fim de 2017, prev� acordo com a Lava Jato
Rodrigo F�lix Leal - 1�.set.2015/Futura Press/Folhapress | ||
Marcelo Odebrecht, em depoimento na CPI da Petrobras, em Curitiba |
Os advogados da empreiteira Odebrecht e o Minist�rio P�blico Federal fecharam um acordo para que o herdeiro da construtora, Marcelo Odebrecht, permane�a preso em regime fechado at� dezembro de 2017.
Segundo a Folha apurou, na negocia��o de dela��o premiada, os procuradores envolvidos na Opera��o Lava Jato e os representantes do empreiteiro acertaram que a pena total ser� de dez anos, sendo dois anos e meio em regime fechado.
Marcelo est� preso desde junho do ano passado no Paran� sob suspeita de envolvimento no esquema de desvios da Petrobras. Esse per�odo de um ano e quatro meses ser� descontado da pena total, de acordo com pessoas ligadas �s negocia��es.
Editoria de Arte/Folhapress |
A dela��o da Odebrecht |
A partir de dezembro de 2017, portanto, o empres�rio entraria em progress�o de regime, cumprindo pena no semiaberto e aberto, inclusive o domiciliar.
No come�o de outubro, a Folha revelou que as autoridades da Lava Jato apresentaram proposta para que ele cumprisse pena de quatro anos em regime fechado.
A defesa do ex-executivo, no entanto, conseguiu negociar a redu��o da puni��o, alegando que era muito r�gida diante do conte�do apresentado pelo empres�rio, envolvendo pol�ticos de alto calibre e contratos p�blicos de valores elevados.
A mulher dele, Isabela Odebrecht, j� come�ou a reformar o escrit�rio que fica na casa do casal, em S�o Paulo, para que o marido possa trabalhar quando for libertado em regime semiaberto.
ASSINATURA
A dela��o da Odebrecht � uma das mais aguardadas pelos investigadores da Lava Jato. Cerca de 80 executivos e outros funcion�rios da empresa negociam com a PGR (Procuradoria-Geral da Rep�blica), em Bras�lia, e a for�a-tarefa em Curitiba.
A expectativa � que o acordo seja assinado at� o fim deste m�s. A partir da�, come�a a fase de depoimentos e, depois, o acerto para a homologa��o judicial.
Nas conversas preliminares de negocia��o da dela��o, pol�ticos de v�rios partidos foram mencionados pelos executivos, entre eles os ex-presidentes Luiz In�cio Lula da Silva (PT) e Dilma Rousseff (PT), assim como o presidente Michel Temer (PMDB), o ministro de Rela��es Exteriores, Jos� Serra (PSDB), governadores e congressistas. Todos v�m negando as irregularidades.
Em mar�o, o juiz Sergio Moro, que conduz a Lava Jato na Justi�a Federal, condenou Marcelo Odebrecht a 19 anos e quatro meses de pris�o por corrup��o, lavagem de dinheiro e associa��o criminosa. Entre os benef�cios de fechar uma colabora��o com a Justi�a estaria, inclusive, a redu��o dessa pena.
De acordo com investigadores que tiveram acesso aos depoimentos iniciais, Marcelo Odebrecht afirmou, por exemplo, que a ex-presidente Dilma interveio para que a Caixa atuasse na opera��o financeira de constru��o da Arena Corinthians, palco da abertura da Copa de 2014.
O banco p�blico participou de duas maneiras do projeto. Numa delas, aceitou ser o intermedi�rio do financiamento do BNDES ao fundo de investimento criado por Corinthians e Odebrecht.
Depois, a Caixa comprou, conforme reportagem da Folha, deb�ntures emitidas pela Odebrecht no valor de R$ 350 milh�es, em uma transa��o sigilosa para cobrir um rombo da empreiteira na constru��o do est�dio.
O pai de Marcelo, Em�lio Odebrecht, contou ainda aos investigadores que o est�dio foi uma esp�cie de presente para o ex-presidente Lula, torcedor do Corinthians.
Em rela��o a Jos� Serra, reportagem da Folha revelou que a empreiteira diz ter pago R$ 23 milh�es via caixa dois na Su��a para a campanha dele � Presid�ncia em 2010. O tucano n�o comenta o teor da dela��o, mas nega ter cometido irregularidades.
O doleiro Alberto Youssef, segundo a fechar dela��o na Lava Jato, deixar� a cadeia neste m�s, ap�s dois anos e oito meses. O primeiro delator, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, tamb�m n�o est� mais preso.
OUTRO LADO
Procurada, a Odebrecht informou que n�o vai se pronunciar sobre a data em que Marcelo Odebrecht deixar� o regime fechado tampouco a respeito das negocia��es de dela��o premiada em curso.
O ex-ministro da Justi�a e advogado da ex-presidente Dilma Rousseff durante o processo de impeachment da petista, Jos� Eduardo Cardozo, disse que n�o teve acesso ao conte�do das declara��es do empreiteiro e, por isso, n�o vai coment�-las.
A Caixa informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que tamb�m n�o ir� se manifestar. A assessoria do banco diz que as transa��es das quais participou envolvendo a Arena Corinthians s�o protegidas por sigilo.
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