Acusado de incitar estupro, Bolsonaro se exalta em sess�o sobre o tema
R�u no Supremo Tribunal Federal sob a acusa��o de incitar o estupro, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) compareceu nesta quarta-feira (14) a uma sess�o geral do plen�rio da C�mara que discutia a "cultura do estupro e a prote��o � v�tima" e foi piv� de uma confus�o.
Criticado por convidadas da sess�o, como a vice-presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) do Distrito Federal, Daniela Teixeira, que defendeu o seu julgamento e a sua condena��o, Bolsonaro se exaltou e come�ou a gritar no plen�rio exigindo direito de resposta.
Ele estava acompanhado de uma s�rie de apoiadores que passaram a gritar em coro "direito de resposta", entre eles uma das l�deres dos movimentos de rua que apoiaram o impeachment de Dilma Rousseff, Carla Zambelli.
Exaltado, Bolsonaro subiu � Mesa do plen�rio e come�ou a gritar com a deputada Maria do Ros�rio (PT-RS), que presidia a sess�o. Ele chegou a ter que ser contido pelo deputado e ex-ministro Patrus Ananias (PT-MG), que estava ao lado de Ros�rio.
Ao final, a vice-presidente da OAB-DF pediu prote��o para deixar o Congresso afirmando se sentir amea�ada.
PROCESSOS
A deputada Maria do Ros�rio est� no centro da pol�mica que levou Bolsonaro a virar r�u no STF.
Em novembro de 2003, os dois bateram boca e quase se agrediram no Sal�o Verde da C�mara, uma confus�o gravada pelas c�meras da "RedeTV!"
A deputada o acusou na ocasi�o de promover a viol�ncia, inclusive a sexual. "Jamais iria estuprar voc�, porque voc� n�o merece", respondeu Bolsonaro. Em dezembro de 2014, o caso voltou � tona quando o deputado do PSC atacou a petista no plen�rio da C�mara, minutos ap�s ela defender a Comiss�o da Verdade e as investiga��es dos crimes da ditadura militar.
"N�o saia, n�o, Maria do Ros�rio, fique a�. Fique a�, Maria do Ros�rio. H� poucos dias [na verdade a discuss�o havia ocorrido em 2003] voc� me chamou de estuprador no Sal�o Verde e eu falei que eu n�o estuprava voc� porque voc� n�o merece. Fique aqui para ouvir", afirmou Bolsonaro em discurso.
Em junho deste ano o STF aceitou a den�ncia relativa a esses dois casos e transformou em r�u o deputado sob a acusa��o de incita��o ao crime de estupro. O tribunal ainda acolheu uma queixa-crime contra o congressista por inj�ria.
O caso foi discutido pela primeira turma do STF, que recebeu a den�ncia por 4 votos a 1. Se condenado, Bolsonaro pode ser punido com pena de 3 a 6 meses de pris�o, mais multa.
Ele havia sido denunciado pela vice-procuradora-geral da Rep�blica, Ela Wiecko.
Na hora reservada para sua fala na sess�o desta quarta-feira, Bolsonaro atacou a procuradora, a vice-presidente da OAB e Ros�rio. "Essa sess�o est� sendo um desservi�o � mulher v�tima de viol�ncia", discursou.
Bolsonaro � um defensor p�blico da ditadura militar (1964-1985) e � conhecido por se envolver em pol�micas diversas. Na vota��o do impeachment de Dilma Rousseff chegou a fazer um elogio ao coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, acusado de torturas, assassinatos e desapari��es for�adas durante a ditadura –motivo pelo qual responde a processo de cassa��o na C�mara.
O deputado do PSC afirma que pretende disputar a Presid�ncia da Rep�blica em 2018. Segundo a �ltima pesquisa do Datafolha, em julho, ele aparece, no principal cen�rio, com 7% das inten��es de voto. Sua rejei��o � de 19%.
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