Confrontos deixam sete feridos; quatro deles s�o fot�grafos
Fabio Braga - 31.ago.2016/Folhapress | ||
Policiais enfrentam os manifestantes na rua da Consola��o, em ato contra impeachment de Dilma |
Ao menos sete pessoas ficaram feridas durante os protestos contra o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), na regi�o central de S�o Paulo, na noite desta quarta-feira (31). N�o houve balan�o oficial –a Secretaria de Seguran�a do Estado de SP informou apenas que um policial ficou ferido.
Na rua da Consola��o, a pol�cia jogou bombas de g�s lacrimog�neo e de efeito moral contra os manifestantes. Alguns participantes do ato portavam bombas caseiras e pedras, que arremessaram contra a PM.
Os manifestantes arrastaram sacos de lixo pela via e atearam fogo formando pequenas barricadas.
No confronto com os policiais, estilha�os de bomba atingiram dois fot�grafos que trabalhavam na cobertura do protesto.
"Uma bomba caiu ao lado do meu p�, estourou e o estilha�o atingiu a minha perna", disse um deles, que pediu para n�o ser identificado.
A adolescente L.L, 17 anos, tamb�m ficou machucada por estilha�os de bomba. Ela disse que nunca havia participado de um ato em que houve confronto com a pol�cia, apenas de manifesta��es pac�ficas. A jovem foi uma das cerca de 30 pessoas que procuraram abrigo em um est�dio de dan�a perto do local do confronto.
Outro manifestante, que pediu para n�o ser identificado, foi ferido por estilha�os no bra�o.
AGRESS�ES POR POLICIAIS
Dois fot�grafos que faziam a cobertura do protesto foram agredidos por policiais militares da Rocam (Ronda Ostensiva Com Apoio de Motocicletas) na esquina da rua General Rondon com a pra�a Princesa Isabel.
Testemunhas disseram que o fot�grafo Vinicius Gomes, 19, foi agredido por um grupo de policiais ao tentar fazer fotos de dois deles ap�s ca�rem de suas motos. O profissional teve a c�mera destru�da, que foi recolhida por outros colegas da imprensa.
Ao ver o colega ser agredido, o rep�rter fotogr�fico William Oliveira tentou fotografar a agress�o e foi atacado por outro grupo. "Eles deram uns quatro socos na minha orelha e apagaram o cart�o de mem�ria da minha c�mera", falou Oliveira.
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Eles atuam nos coletivos fotogr�ficos Remirar e Mira, respectivamente.
Outros fot�grafos tentaram explicar que os dois jovens eram da imprensa e foram amea�ados pelos policiais. Uma testemunha, que pediu para n�o ser identificada, disse que um policial a amea�ou com uma arma para que sa�sse dali.
Os dois fot�grafos, um deles com ferimentos na cabe�a, foram inicialmente levados pelos policiais militares ao 2� DP (Bom Retiro), mas o delegado n�o registrou a ocorr�ncia. Na delegacia, a reportagem da Folha foi informada que todos os boletins de ocorr�ncia relacionados ao protesto seriam registrados no 78� DP (Jardins).
Antes de seguirem para a segunda delegacia, os dois jovens foram levados pelos PMs ao pronto-socorro da Barra Funda. William Oliveira passou por atendimento m�dico e fez um curativo na cabe�a.
Eles deixaram o 78� DP, por volta das 4h30 desta quinta-feira (2), e disseram que os policiais agressores n�o compareceram � delegacia para prestar depoimento.
ATROPELAMENTO
A motorista de um carro branco da marca BMW avan�ou contra a multid�o que protestava na esquina da alameda Bar�o de Campinas com a rua Duque de Caxias, nos Campos El�sios, no centro de S�o Paulo, por volta da 21h.
Manifestantes disseram que a mulher ficou assustada quando viu a multid�o cercar o carro e acelerou para fugir. Uma jovem foi atropelada e caiu batendo a cabe�a no ch�o. Ela foi colocada em um t�xi e levada ao hospital. Ningu�m soube informar o estado de sa�de da jovem.
ATAQUE � FOLHA
Houve enfrentamentos na pra�a Roosevelt, nas avenidas S�o Jo�o e Duque de Caxias e em frente � sede da Folha, na alameda Bar�o de Limeira.
Esse �ltimo embate come�ou por volta das 21h depois que adeptos da t�tica black bloc, que prega o uso da viol�ncia, arremessaram pedras e tentaram for�ar a entrada no pr�dio do jornal.
Os policiais reagiram com g�s lacrimog�neo e bombas de efeito moral, dispersando o protesto.
Segundo militantes, a ida at� a Reda��o seria uma forma de criticar a atua��o da imprensa durante o processo de impeachment.
Antes de arremessarem objetos, manifestantes picharam o port�o do jornal com a palavra "golpista" e gritaram palavras de ordem como "Fora, Temer".
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