PF indicia Lula e Marisa no caso do tr�plex de Guaruj�
Eduardo Knapp - 28.jan.2016/Folhapress | ||
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Fachada do edif�cio Solaris, no Guaruj� (SP) |
A Pol�cia Federal indiciou nesta sexta (26) o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva sob suspeita de corrup��o passiva, falsidade ideol�gica e lavagem de dinheiro no inqu�rito que investiga o tr�plex no Guaruj�, no litoral de S�o Paulo.
Este � o primeiro indiciamento de Lula na Opera��o Lava Jato. O petista tamb�m � investigado em outros inqu�ritos, ainda em andamento.
Segundo a Pol�cia Federal, Lula e sua mulher, Marisa Let�cia, "foram benefici�rios de vantagens il�citas, por parte da construtora OAS, em valores que alcan�aram R$ 2,4 milh�es".
Marisa tamb�m foi indiciada, sob suspeita de corrup��o passiva e lavagem de dinheiro.
A PF investigou a reforma do tr�plex no condom�nio Solaris, constru�do pela cooperativa Bancoop. O im�vel foi adquirido pelo OAS e recebeu reformas da empreiteira, uma das acusadas de corrup��o no esquema da Petrobras.
A investiga��o da PF apontou que o tr�plex estaria reservado � mulher de Lula, e foi reformado para beneficiar a fam�lia do petista.
M�veis e eletrodom�sticos foram incorporados ao apartamento, cuja reforma custou R$ 1,1 milh�o e foi tocada, segundo a investiga��o, por um ex-diretor da OAS, Paulo Gordilho.
"A OAS chegou a abrir at� centro de custos espec�ficos em sua contabilidade para controlar as despesas, com o apelido de 'zeca pagodinho'", destaca o relat�rio do indiciamento, assinado pelo delegado M�rcio Anselmo.
Al�m disso, a OAS tamb�m pagou a mudan�a do acervo de Lula em Bras�lia, ap�s o t�rmino do seu mandato presidencial. Segundo a PF, R$ 1,3 milh�o foram gastos no contrato de transporte, feito em nome da construtora, mas destinado ao ex-presidente.
"Curiosamente, ao inv�s de realizarem o ato por interm�dio do Instituto Lula, buscou-se a oculta��o do real titular do contrato mediante a 'contrata��o direta' pela OAS, benefici�ria direta do esquema de desvios de recursos no �mbito da Petrobras", escreveu Anselmo.
INDICIADOS
Al�m de Lula e Marisa, o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, tamb�m foi indiciado, sob suspeita de corrup��o passiva, falsidade ideol�gica e lavagem de dinheiro.
Ele assina um dos termos do contrato da mudan�a de Lula, al�m de ter agendado as visitas do casal ao im�vel no Guaruj�, segundo mensagens trocadas com o ex-presidente da OAS, L�o Pinheiro.
Pinheiro tamb�m foi indiciado no inqu�rito, sob suspeita de corrup��o ativa, lavagem de dinheiro e falsidade ideol�gica, assim como Paulo Gordilho, tamb�m da OAS, sob suspeita de corrup��o ativa.
O relat�rio do inqu�rito, agora, ser� encaminhado ao Minist�rio P�blico Federal, a quem cabe avaliar os ind�cios e apresentar ou n�o a den�ncia. Caso a den�ncia seja aceita pela Justi�a, os indiciados se tornar�o r�us.
OUTRO LADO
Em nota, a defesa do ex-presidente Lula afirmou que o indiciamento � "uma pe�a de fic��o", tem "car�ter e conota��o pol�ticos" e que suas conclus�es s�o "apressadas".
Segundo os advogados Cristiano Zanin Martins e Roberto Teixeira, Lula e Marisa jamais usaram o tr�plex do Guaruj�, e o visitaram apenas uma vez, para avaliar se tinham interesse na compra.
"Dessa forma, a primeira premissa para atribuir a Lula e sua esposa a pr�tica do crime de corrup��o passiva, a propriedade do apartamento, � inequivocamente falsa", afirmam os defensores.
O edif�cio, que estava sendo constru�do pela Bancoop, teve uma cota adquirida por Marisa Let�cia em 2005. Ap�s a transfer�ncia do empreendimento para a OAS, a ex-primeira-dama optou por receber de volta o dinheiro, o que foi feito em novembro de 2015.
Para a defesa, o relat�rio "n�o parte de fatos, mas de ila��es ou suposi��es". O casal, argumentam os advogados, n�o recebeu qualquer bem ou valores da OAS que sejam provenientes de desvios da Petrobras, nem tinha conhecimento do suposto esquema de corrup��o na estatal.
Os advogados ainda acusam o delegado M�rcio Anselmo, respons�vel pelo relat�rio, de motiva��es pol�ticas, e dizem que ele tem "um hist�rico de ofensas a Lula nas redes sociais".
A defesa de Leo Pinheiro e Paulo Gordilho, da OAS, informou que n�o iria comentar o indiciamento.
Em nota, o defensor de Paulo Okamotto, Fernando Fernandes, informou que n�o h� "vantagem il�cita e nenhum crime" na contribui��o para a manuten��o do acervo presidencial de Lula, ap�s seu mandato. "O acervo � privado, de interesse p�blico e do povo brasileiro", disse.
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