Remarca��o de elei��o para quarta complica situa��o de Cunha
Em um cen�rio ainda de muita incerteza, o Pal�cio do Planalto conseguiu neste domingo (10) fechar um acordo para que os deputados realizem �s 19h desta quarta-feira (13) a elei��o para a presid�ncia da C�mara.
Os partidos do chamado "centr�o" queriam eleger o sucessor de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) nesta ter�a-feira (12), mas esbarraram na resist�ncia do presidente interino da Casa, Waldir Maranh�o (PP-MA), que havia marcado a sess�o para dois dias depois.
Maranh�o definiu a mudan�a com l�deres da base aliada, que vinham pressionando para que ela fosse realizada antes da quinta (14). O receio do governo interino de Michel Temer era de que, por falta de qu�rum, a escolha ficasse para a volta do recesso branco, em agosto.
Antes de tomar a decis�o, Maranh�o conversou por telefone com Temer.
A nova data, que representa um meio-termo, complica ainda mais a situa��o de Cunha, que renunciou ao cargo na semana passada.
Aliado do peemedebista, o "centr�o" (PP, PR, PTB, PSD, PRB e outras siglas menores) pretendia fazer a elei��o coincidir com a sess�o da Comiss�o de Constitui��o e Justi�a desta ter�a que deve rejeitar o �ltimo recurso de Cunha para evitar a sua cassa��o.
O objetivo era derrubar a sess�o da CCJ, j� que as comiss�es n�o podem deliberar quando h� vota��es no plen�rio principal da Casa.
Com a elei��o acontecendo na quarta � noite, a CCJ ter� dois dias livres para analisar o recurso de Cunha. A partir da�, o caso fica pronto para vota��o em plen�rio, possivelmente no in�cio de agosto, ap�s o recesso. Segundo Osmar Serraglio (PMDB-PR), presidente da CCJ, o recurso em que Cunha tenta anular seu processo de cassa��o ser� votado nesta semana.
BASE RACHADA
A sucess�o est� pulverizada em v�rias candidaturas, evidenciando um racha na base de apoio de Temer.
De um lado, o "centr�o" (217 deputados) e o PMDB (66) buscam uma unidade entre eles cada vez mais dif�cil.
Presidente da comiss�o do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff, Rog�rio Rosso (PSD-DF) ainda � o favorito do grupo, mas outros pleiteiam a vaga, como o segundo-vice presidente da Casa, Giacobo (PR-PR) e o primeiro-secret�rio, Beto Mansur (PRB-SP). Al�m da chance de um nome do PMDB.
No outro flanco da base de Temer, Rodrigo Maia (DEM-RJ) tenta se colocar como a op��o aos apoiados por Cunha e costura acordo com PT (58 deputados) e demais partidos de esquerda. Promete a eles tratamento justo caso comande a gest�o da C�mara. Antes aliado, ele rompeu com Cunha ao ser preterido como l�der do governo na Casa.
N�mero de deputados do "Centr�o"
No grupo de Maia (que re�ne, grosso modo, a antiga oposi��o a Dilma), tamb�m h� outros candidatos, como Her�clito Fortes (PSB-PI).
Os dois oponentes da base de Temer disputam o apoio do PSDB (51 parlamentares), que pode at� lan�ar um candidato –possivelmente o l�der Antonio Imbassahy (BA).
SEM PREFERIDO
Preocupado com os efeitos da disputa, Temer escalou ministros para garantir que ele n�o trabalhar� por nenhuma candidatura.
"Temer � um homem de parlamento", disse o ministro, Geddel Vieira Lima (Governo). "E meu nome � Geddel, n�o � Pepe Vargas", concluiu, em refer�ncia ao ex-ministro de Dilma que conduziu a �ltima elei��o na C�mara.
O resultado, na ocasi�o, foi uma derrota do candidato patrocinado pelo governo e a elei��o de Cunha, que depois aprovou a tramita��o do pedido de impeachment.
Mas Geddel n�o esconde a pressa do governo para resolver o assunto. "Quando mais cedo, melhor para o Brasil."
Para evitar a piora do racha na base, o Planalto tenta convencer o PMDB a n�o lan�ar candidaturas, reservando a vaga para o "centr�o".
Com o aceno petista para Maia, Temer tem demonstrado resist�ncia a apoi�-lo, mas n�o exclui endoss�-lo caso ele se viabilize favorito.
As principais siglas se re�nem nesta segunda (11) e ter�a para definir suas posi��es.
(DANIELA LIMA, D�BORA �LVARES, GUSTAVO URIBE, RANIER BRAGON)
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