Dilma deve ser notificada na quinta-feira, diz Renan Calheiros
Eduardo Anizelli/Folhapress | ||
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Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado, durante sess�o que analisa afastamento de Dilma |
Respons�vel por conduzir a sess�o do Senado que analisar� nesta quarta-feira (11) a abertura do processo de impeachment de Dilma Rousseff, o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), defendeu que a lei que trata do assunto seja revisada por considerar que o afastamento tempor�rio de um presidente da Rep�blica configura um pr�-julgamento.
"Acho que o afastamento a partir da admissibilidade significa, na pr�tica, um pr�-julgamento. � preciso compatibilizar todas as fases com o julgamento final, de modo que a democracia n�o perca e n�o tenhamos retrocessos no pa�s", disse.
O peemedebista afirmou que a lei do impeachment por si s� � motivo de crise no pa�s e ressaltou que o dispositivo "est� na raiz da nossa hist�ria". "Ele tem sido fonte, infelizmente, de muita conturba��o, muito retrocesso. Por isso, a responsabilidade do presidente do Senado para que tudo ocorra normalmente", disse.
Se o Senado aprovar nesta quarta o parecer pela abertura do processo de impeachment, Dilma ser� afastada por at� 180 dias e a Casa avan�ar� na investiga��o das den�ncias que pesam contra a petista. O vice-presidente Michel Temer assumir� interinamente o comando do pa�s at� que o julgamento seja conclu�do pelo Senado.
Renan disse que a presidente deve ser notificada sobre a decis�o da Casa nesta quinta-feira (12), caso a abertura do processo de impeachment seja aprovada. "A cita��o ser� feita amanh�, caso ocorra. Vou combinar ainda os detalhes com a presidente", disse.
O senador defende que o Congresso discuta com a sociedade a mudan�a do regime pol�tico do pa�s para o parlamentarismo e realize reformas, principalmente a pol�tica para acabar com o financiamento privado de campanha eleitoral.
"Sou parlamentarista e continuo sendo, sobretudo, quando vejo o fator de desestabiliza��o no presidencialismo que � a estabilidade do chefe de Estado balan�ar", disse.
APELO
Ao abrir a sess�o, com quase uma hora de atraso, Renan pediu serenidade e esp�rito p�blico a seus colegas na hora de votar. "Tentem deixar de lado passionalidades ou mera motiva��o partid�ria. A quest�o que se coloca � uma s�: existem ind�cios de crime de responsabilidade pela presidente da Rep�blica em 2015 que justifique a abertura do processo e seu afastamento?".
Renan classificou o impeachment como um "processo longo, traum�tico, que n�o produz resultados imediatos" e disse que em todos os momentos, "torceu" para que o processo n�o chegasse ao Senado. "Esteja quem estiver na Presid�ncia, interino ou n�o, � fundamental que cumpra os compromissos com o Brasil", disse.
O presidente do Senado afirmou ainda que a democracia � como uma planta fr�gil que precisa ser regada diariamente, principalmente, "em dias em que o Parlamento vota o impeachment", disse.
Renan disse a outros senadores que passou parte da noite se preparando para a tarefa e ressaltou que, em uma sess�o como a de hoje, � dif�cil predizer o que vai acontecer. "Mas espero que tudo ocorra normalmente", disse.
Um dos �ltimos a se manter ainda como aliado de Dilma, o peemedebista ressaltou que n�o votar� nesta quarta para manter a isen��o que o posto de presidente do Senado exige. "O presidente n�o deve votar em nenhuma circunst�ncia porque estou lutando para manter independ�ncia, isen��o e imparcialidade. Considero que votar seria negar tudo isso que eu tentei fazer at� agora", disse.
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