Ministro do STF homologa dela��o premiada de Delc�dio do Amaral
Pedro Franca - 26.fev.2014/Associated Press | ||
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O senador Delc�dio do Amaral (PT-MS) |
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Teori Zavascki confirmou nesta ter�a-feira (15) a dela��o premiada do senador Delc�dio do Amaral (PT-MS) sobre o esquema de corrup��o da Petrobras � for�a-tarefa da Opera��o Lava Jato.
A colabora��o do parlamentar traz cita��es � presidente Dilma Rousseff, ao ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, a ministros e ex-ministros e ainda a integrantes da c�pula do PMDB no Senado e ao presidente do PSDB, senador A�cio Neves (MG).
Agora, os investigadores v�o analisar se as men��es feitas por Delc�dio aos pol�ticos trazem ind�cios m�nimos que justifiquem a abertura de inqu�ritos.
Os termos do acerto revelam que o petista ter� que devolver R$ 1, 5 milh�o aos cofres p�blicos por seu envolvimento no esquema de corrup��o da Petrobras.
LULA
De acordo com a dela��o, publicada pela revista "Isto�", o parlamentar revelou que Lula mandou comprar o sil�ncio do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerver� e de outras testemunhas.
De acordo com a revista, Delc�dio diz que Lula pediu "expressamente" para que ele ajudasse o pecuarista Jos� Carlos Bumlai porque o empres�rio estaria implicado nas dela��es de Fernando Baiano e Nestor Cerver�. Para o senador, Bumlai tinha "total intimidade" e exercia o papel de "consigliere" da fam�lia Lula, express�o em italiano que remete aos conselheiros dos chefes da m�fia italiana. "No caso, Delc�dio intermediaria o pagamento de valores � fam�lia de Cerver�", afirma o acordo de dela��o.
Na conversa com o ex-presidente, de acordo com outro trecho da dela��o, Delc�dio diz que "aceitou intermediar a opera��o", mas lhe explicou que "com Jos� Carlos Bumlai seria dif�cil falar, mas que conversaria com o filho, Maur�cio Bumlai, com quem mantinha boa rela��o".
Depois de receber a quantia de Maur�cio Bumlai, a primeira remessa de R$ 50 mil foi entregue em m�os pelo pr�prio Delc�dio ao advogado de Cerver�, Edson Ribeiro, tamb�m preso pela Lava Jato e solto em 24 de fevereiro.
DILMA
Em sua dela��o, Delc�dio tamb�m falou que Dilma Rousseff usou sua influ�ncia para evitar a puni��o de empreiteiros, ao nomear o ministro Marcelo Navarro para o STJ (Superior Tribunal de Justi�a).
O senador, em seu relato, cita outros senadores e deputados, tanto da base aliada quando da oposi��o. Segundo a publica��o, o senador petista revelou que Dilma tentou tr�s vezes interferir na Lava Jato com a ajuda do ex-ministro da Justi�a, Jos� Eduardo Cardozo. "� indiscut�vel e ineg�vel a movimenta��o sistem�tica do ministro da Justi�a, Jos� Eduardo Cardozo, e da pr�pria presidente Dilma Rousseff no sentido de tentar promover a soltura de r�us presos no curso da referida opera��o", afirmou.
Anteriormente, a petista tentou influenciar o presidente do STF, Ricardo Lewandowski, e buscou um acordo com o presidente do TJ de Santa Catarina, Nelson Schaefer. O catarinense seria nomeado para o STJ se o juiz substituto na corte Newton Trisotto, tamb�m de Santa Catarina, votasse pela liberta��o dos empreiteiros.
OPOSI��O
A Folha apurou com pessoas pr�ximas � investiga��o que Delc�dio fez refer�ncias a integrantes das c�pulas de PMDB, PSDB e PT. A reportagem n�o teve acesso ao contexto do suposto envolvimento desses pol�ticos.
Entre os nomes citados pelo senador est�o parlamentares que j� s�o investigados em inqu�ritos da Lava Jato no STF, como o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), Edison Lob�o (PMDB-MA), Romero Juc� (PMDB-RR) e Valdir Raupp (PMDB-RO).
O parlamentar do Mato Grosso do Sul tamb�m fez refer�ncias ao senador A�cio Neves (MG). O presidente do PSDB j� foi citado pelo doleiro Alberto Yousseff e pelo transportador de valores Carlos Alexandre Rocha, o Cear�, mas ambos os procedimentos com men��es ao tucano foram arquivados.
A simples men��o feita pelo senador petista n�o indica que os citados cometeram crimes ou que ser�o investigados.
OUTROS LADOS
O Instituto Lula afirmou, por meio de nota, que o ex-presidente "jamais participou, direta ou indiretamente, de qualquer ilegalidade, seja nos fatos investigados pela opera��o Lava Jato, ou em qualquer outro, antes, durante ou depois de seu governo".
Dilma criticou a dela��o de Delc�dio. "Continuaremos defendendo que a presun��o de inoc�ncia n�o pode ser substitu�da pelo pressuposto da culpa e nem dar lugar � execra��o p�blica sem acusa��o formal. E tamb�m � condena��o sem processo por meio de vazamentos ilegais e seletivos."
A assessoria de A�cio Neves afirmou que n�o iria comentar a cita��o pela falta de "informa��o concreta" sobre o envolvimento do senador com Delc�dio.
Valdir Raupp afirmou � Folha que recebe com "estranheza" a informa��o de que teria sido citado. "Eu nunca tive uma rela��o mais pr�xima com Delc�dio. Minha rela��o com ele sempre foi muito republicana", disse.
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