Okamotto mudou acervo de Lula de lugar ap�s rescis�o com Granero
Zanone Fraissat - 8.mai.2013/Folhapress | ||
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Paulo Okamotto, presidente do Instituto Lula |
O presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, mandou mudar a localiza��o de uma dezena de cont�ineres que abrigam objetos do acervo do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva no in�cio deste ano.
A transfer�ncia do material ocorreu nos dias 18 e 19 de janeiro. Agora, o acervo dos anos de Lula na Presid�ncia est� guardado em um dep�sito do Sindicato dos Metal�rgicos do ABC, em S�o Bernardo do Campo.
A ordem de retirada ocorreu depois da rescis�o do contrato entre a Granero, que fez a mudan�a e armazenava o material desde 2011, e a Construtora OAS, que pagou cerca de R$ 1,3 milh�o pelo servi�o da transportadora.
Al�m das obras no s�tio usado por Lula em Atibaia e da reforma do tr�plex do Guaruj�, os pagamentos da OAS � Granero s�o investigados pela Procuradoria, por serem evid�ncia de supostos favores recebidos pelo ex-presidente Lula de empreiteiras envolvidas no esquema de corrup��o da Petrobras.
Por procura��o de Okamotto, quem fez a retirada do material foi Alexandre Ant�nio da Silva, que � funcion�rio do Sindicato dos Metal�rgicos do ABC.
A interpreta��o dos investigadores para a retirada do material em janeiro –quando ganharam corpo os rumores de que Lula poderia ser alvo da Lava Jato– foi que Okamotto agiu para tentar apagar os rastros da liga��o com a OAS. O presidente do Instituto Lula nega a acusa��o.
"A �ltima atua��o il�cita de Paulo Okamotto nessa fraude ocorreu no m�s passado, no dia 12 de janeiro, quando ele indicou agentes para retirar os bens pessoais de Lula armazenados pela Granero", dizem os investigadores da Opera��o Lava Jato em pe�a que foi anexada aos autos.
A mudan�a da carga foi uma das justificativas do pedido de pris�o tempor�ria do presidente do Instituto Lula. O juiz Sergio Moro, por�m, autorizou somente a condu��o coercitiva de Okamotto.
PRESS�O
A rescis�o do contrato da OAS com a Granero foi formalizada em um documento de data incompleta– consta apenas "janeiro de 2016" sem o preenchimento do dia– com as assinaturas do diretor administrativo da empreiteira em S�o Paulo, Lu�s Gustavo Viana, e de Daniela Acau� de Carvalho, advogada da transportadora.
Embora os documentos mostrem que a OAS pagava mensalmente o espa�o para armazenar os cont�ineres, a Granero passou a pressionar a construtora para retirar os pertences de Lula.
Em uma notifica��o extrajudicial datada em 25 de agosto de 2015, a Granero deu prazo de 30 dias para que a OAS retirasse os bens do dep�sito para o encerramento do contrato– o que s� viria a ocorrer, de fato, no in�cio de 2016.
A Folha antecipou, na semana passada, que o ex-presidente e s�cio da OAS, L�o Pinheiro, condenado a 16 anos de pris�o, selou um acordo de dela��o premiada com a Procuradoria-Geral da Rep�blica.
OUTRO LADO
Okamotto disse que a transfer�ncia do acervo do ex-presidente n�o tem qualquer rela��o com a Lava Jato. Segundo ele, deveu-se � necessidade de organizar os pertences acumulados por Lula.
"A gente n�o conseguiu uma solu��o para o memorial que a gente ia construir. Queremos retomar o trabalho de classifica��o. Eu aluguei o armaz�m porque precisava um lugar para guardar. A Granero me convenceu que era necess�rio um lugar que n�o tivesse ratos, tra�as e umidade. O material ficava em cont�ineres."
Segundo Okamotto, o local que se mostrou mais apropriado foi o armaz�m do Sindicato dos Metal�rgicos do ABC. Frisando que a posse do acervo n�o foi transferida para a entidade de S�o Bernardo, Okamotto afirmou que o espa�o foi apenas alugado a um "pre�o bastante m�dico".
Na vers�o apresentada por Okamotto � Pol�cia Federal, os valores desembolsados pela OAS para bancar o armazenamento dos cont�ineres na Granero foram uma esp�cie de doa��o ao Instituto Lula.
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