PF prende operador que seria ligado ao PMDB
A Pol�cia Federal prendeu nesta segunda-feira (21) Jo�o Augusto Rezende Henriques, apontado como operador ligado ao PMDB, em nova fase da Opera��o Lava Jato que investiga a suspeita de desvios em contratos da estatal Eletronuclear.
A pris�o preventiva havia sido determinada pela Justi�a pela manh� e o operador se entregou, por volta das 13h, � Pol�cia Federal no Rio de Janeiro. Ele deve ser transferido at� o in�cio da noite para Curitiba, sede das investiga��es. Sua pris�o � v�lida por cinco dias, prorrog�veis por mais cinco.
Segundo a Procuradoria, Henriques seria o "sucessor" de Fernando Soares, o Baiano, na rela��o com a diretoria Internacional da Petrobras. De acordo com o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, o operador � "um dos maiores" da Lava Jato, e foi respons�vel por movimentar "valores milion�rios".
Os investigadores conseguiram chegar a ele por meio de documentos apresentados por um novo colaborador. Eles demonstraram o suposto pagamento de propina � diretoria Internacional da Petrobras, na �poca comandada por Jorge Zelada, na compra de um navio-sonda Titanium Explorer, de US$ 1,816 bilh�o.
Henriques foi o respons�vel por operacionalizar o pagamento, por meio de contratos de fachada e emiss�o de notas frias. Dos cinco mandados de busca cumpridos no Rio de Janeiro, onde ele mora, quatro foram em endere�os ligados ao operador.
Jos� Antunes Sobrinho, um dos s�cios da construtora Engevix, tamb�m foi preso, preventivamente, em Florian�polis. Ele ser� levado para a superintend�ncia da PF em Curitiba, sede das opera��es.
Sobrinho j� � r�u num processo por suspeitas de participa��o no esquema de corrup��o da estatal.
Ser�o cumpridos ainda sete mandados de busca e apreens�o e duas condu��es coercitivas (quando algu�m � levado para prestar depoimento e esclarecer fatos da investiga��o). As dilig�ncias ocorrem nas cidades de S�o Paulo, Rio de Janeiro e Florian�polis.
No Rio, um dos mandados de busca e apreens�o est� sendo cumprido na empreiteira Mendes J�nior. Uma outra empresa ligada a um dos suspeitos e tr�s im�veis de investigados tamb�m s�o alvos das dilig�ncias no Rio. Em S�o Paulo e Florian�polis as buscas est�o sendo feitas em im�veis de suspeitos.
Lava Jato - 19 � Fase "Nessun Dorma" - 35 policiais cumprem 11 mandatos
CASA CIVIL
Durante a coletiva de imprensa, o procurador da Rep�blica Carlos Fernando dos Santos Lima disse acreditar que o esquema investigado pela Lava Jato foi gestado dentro da Casa Civil do governo Lula (2003-2010) –comandada pelo ex-ministro Jos� Dirceu, tamb�m preso na opera��o.
"Mensal�o, petrol�o, [desvios na] Eletronuclear s�o todos eles conexos, porque dentro deles est� a mesma organiza��o criminosa. No �pice dessa organiza��o, est�o pessoas ligadas a partidos e, n�o tenho d�vida, � Casa Civil do governo Lula", declarou.
Lima admite que esta fase � "um rescaldo" de anteriores, e se queixa de que a for�a-tarefa est� em compasso de espera ap�s a decis�o do STF (Supremo Tribunal Federal) sobre a �ltima etapa da investiga��o, a Pixuleco 2.
O Supremo decidiu separar uma parte da investiga��o, que envolve suspeitas contra a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) e desvios no Minist�rio do Planejamento. O ministro Teori Zavascki, que vinha decidindo sobre os inqu�ritos da Lava Jato, entendeu que, como os fatos da �ltima fase n�o ocorreram na Petrobras, eles n�o s�o de sua compet�ncia.
Investigadores temem que essa decis�o comprometa as demais etapas da investiga��o e levante questionamentos sobre a compet�ncia do juiz federal Sergio Moro e da for�a-tarefa da Lava Jato sobre os desvios que n�o sejam da Petrobras.
"Tudo faz parte de uma mesma organiza��o criminosa, num esquema de compra de apoio pol�tico-partid�rio para o governo federal", sustenta Lima.
NINGU�M DURMA
A 19� etapa da opera��o, deflagrada nesta segunda, foi apelidada de "Nessun dorma" –express�o em italiano que significa "ningu�m durma".
O nome foi um "recado" para os envolvidos em corrup��o, segundo a PF.
"Fica como dica para quem achava que a Lava Jato estava diminuindo suas a��es", disse o delegado federal Igor Rom�rio de Paula, que conduz as investiga��es.
A express�o tamb�m faz refer�ncia a uma famosa �ria da �pera italiana Turandot, de Gi�como Puccini. Nela, a princesa Turandot proclama que ningu�m no reino deve dormir at� que se descubra a identidade do "pr�ncipe desconhecido", Cal�f.
Os delegados preferiram n�o comentar sobre a refer�ncia ao "pr�ncipe desconhecido".
ELETRONUCLEAR
A Eletronuclear j� foi alvo de uma fase anterior da Lava Jato, no final de julho, quando foram presos o presidente licenciado da estatal, almirante Othon Pinheiro da Silva, e o executivo da Andrade Gutierrez Energia, Fl�vio David Barra.
Na �poca, foram investigados desvios em contratos da usina nuclear Angra 3. O ent�o presidente da Eletronuclear teria recebido R$ 4,5 milh�es em propina, por meio de contratos de fachada com as empreiteiras Engevix e Andrade Gutierrez. Ele e outras 13 pessoas foram denunciados � Justi�a e respondem � acusa��o de corrup��o, lavagem de dinheiro e organiza��o criminosa.
Os investigadores verificaram que uma empresa sediada no Brasil recebeu entre 2007 e 2013 cerca de R$ 20 milh�es de uma empreiteira que � alvo da Lava Jato. Segundo a investiga��o, os pagamentos de propina pelas obras de Angra 3 ocorreu at� pelo menos janeiro deste ano.
No dia 15 deste m�s, o juiz federal Sergio Moro aceitou a den�ncia contra o executivo e mais 14 pessoas, entre elas o ex-ministro da Casa Civil Jos� Dirceu.
Outro foco da investiga��o s�o os desdobramentos da 15� fase "Conex�o M�naco", que investiga agentes p�blicos e pol�ticos que tenham se beneficiado de recebimento de propina no exterior proveniente da Diretoria de servi�os da Petrobras.
Livraria da Folha
- Box de DVD re�ne dupla de cl�ssicos de Andrei Tark�vski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenci�rio
- Livro analisa comunica��es pol�ticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade