Teori e PGR discordam sobre se provas contra Gleisi fazem parte de Lava Jato
Alan Marques/Folhapress | ||
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A senadora Gleise hoffmann |
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Teori Zavascki e a Procuradoria Geral da Rep�blica apresentaram a primeira diverg�ncia em rela��o � condu��o dos inqu�ritos da Lava Jato, que investigam a participa��o de pol�ticos com foro privilegiado no esquema de corrup��o da Petrobras.
Relator da Lava Jato no STF, Teori entendeu que n�o h� rela��o com o esquema de corrup��o da Petrobras os ind�cios de que a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) seria "benefici�ria de valores de natureza criminosa", por meio do Fundo Consist, como apontou o juiz do Paran� Sergio Moro.
Esse fundo era operado por uma empresa que teria atuado no desvio de recursos de empr�stimos consignados do Minist�rio do Planejamento, que era comandado pelo marido de Gleisi, o ex-ministro Paulo Bernardo. Ao menos R$ 50 mil desse fundo, segundo as investiga��es, teriam sido repassados em favor da senadora e de pessoas ligadas a ela.
Como parte das acusa��es envolve o ex-vereador petista Alexandre Romano, a PGR pediu ao STF para dividir o caso para ele responder no Paran� sobre a tentativa de oculta��o de provas, conforme den�ncia, e o Supremo continuar a avaliar a situa��o de Gleisi.
Teori entendeu que o caso n�o tem rela��o direta com a Lava Jato, afirmando que "os fatos descritos neste procedimento [sobre Gleisi] tamb�m n�o mostram rela��o de pertin�ncia imediata com as demais investiga��es j� em andamento sob minha relatoria, notadamente com as relacionadas �s fraudes no �mbito da Petrobras, o que evidencia, em princ�pio, a inexist�ncia de conex�o necess�ria".
O ministro pediu ao presidente do STF, Ricardo Lewandowski, que enviasse o caso para outro ministro ser o relator e decidir sobre o desmembramento. Por sorteio, o caso foi parar nas m�os do ministro Dias Toffoli. A vice-procuradora-geral da Rep�blica, Ela Wiecko, recorreu da decis�o de Lewandowski de redistribuir o caso, o que fez Toffoli devolver os ind�cios contra a senadora para a Presid�ncia do STF.
Para a Procuradoria, as acusa��es contra Gleisi t�m rela��o com a Lava Jato porque o dinheiro envolvendo o Fundo Consist passou por contas do ex-tesoureiro do PT Jo�o Vaccari Neto, preso na opera��o, e teria se misturado com o esquema da Petrobras.
"H� a demonstra��o de um liame m�nimo de conex�o dos pagamentos dos valores envolvendo as propinas da Petrobras administradas por Jo�o Vaccari e estas envolvendo a Consist. [...] Este procedimento de "cr�ditos" e "d�bitos" com valores recebidos est�o dentro de um contexto bastante similar do esquema central e modus operandi das condutas sobretudo de Jo�o Vaccari", diz o MP.
Os investigadores apontam ainda que o dono da UTC, Ricardo Pessoa, indicou dentro do esquema apurado na Lava Jato referia que os valores pagos a t�tulo de propina eram desconectados da "conta-corrente" que
mantinha com o PT.
"Nota-se que o caso acima envolve muitos dos mesmos operadores de toda a Opera��o Lava Jato, especialmente Jo�o Vaccari e Milton Pascowitch dentro de um procedimento padr�o e �nico de capta��o de valores il�citos, todos interligados umbilicalmente."
No fim de agosto, Moro enviou documento ao STF afirmando que ind�cios de que os desvios envolviam escrit�rios do advogado Guilherme Gon�alves, respons�vel pela coordena��o jur�dica das campanhas eleitorais da petista, a Consist e, ainda, empresas de fechada.
Ex-ministra da Casa Civil do governo Dilma, Gleisi � alvo de investiga��o no STF por suposta liga��o com o esquema de corrup��o na Petrobras descoberto pela Lava Jato.
De acordo com os investigadores, cerca de 10% do faturamento l�quido da Consist foi repassado ao advogado, que utilizou esses recursos para pagamentos associados � senadora, como sal�rio do motorista.
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