Monumento com nomes de mortos na ditadura � inaugurado no Ibirapuera
Lalo de Almeida - 8.dez.14/Folhapress | ||
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Visitantes marcam nomes de desaparecidos em inaugura��o de monumento no Parque do Ibirapuera |
Os nomes de 463 mortos e desaparecidos durante a ditadura militar no Brasil (1964-85) comp�em um monumento inaugurado nesta segunda-feira (8), em frente a um dos port�es do parque Ibirapuera, em S�o Paulo.
A instala��o, em homenagem �s v�timas do regime, � composta por cinco chapas brancas com os nomes grafados em baixo-relevo e 21 placas distorcidas, com aspecto enferrujado, que representam a "irracionalidade" do per�odo, segundo o autor da obra, o artista e arquiteto Ricardo Ohtake.
As pe�as s�o transpassadas por uma lan�a, arma mortal em simbologia � viol�ncia sofrida pelos homenageados.
Lalo de Almeida - 8.dez.14/Folhapress | ||
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Monumento em homenagem aos mortos e desaparecidos pol�ticos, criado por Ricardo Ohtake |
O artista conta que foi convidado h� cerca de um ano para concretizar a obra. "Esse tipo de coisa a gente n�o aceita, agradece por ter sido o escolhido", disse � Folha.
Localizado no port�o 10 do parque, o monumento faz vizinhan�a ao Comando Militar do Sudeste, antes Quartel-General 2 do Ex�rcito, e ao antigo pr�dio do DOI-Codi de S�o Paulo, considerado um dos maiores centros de tortura da ditadura.
"� um local estrat�gico. Al�m da import�ncia hist�rica, o Ibirapuera � visitado por gente de todos os bairros da cidade", disse o prefeito Fernando Haddad (PT).
Durante o evento, o petista discursou em meio a protesto de moradores da regi�o do Parque dos B�falos, na zona de sul da capital paulista.
Com faixas e gritos, o grupo pediu a extin��o de um projeto de constru��o de unidades do programa Minha Casa, Minha Vida na �rea.
Uma audi�ncia p�blica para discutir o assunto foi marcada para o pr�ximo dia 10, segundo Haddad.
Uma das v�timas do regime presentes na inaugura��o, o jornalista Ivan Seixas, 60, foi preso e torturado, aos 16 anos, junto com o pai, o mec�nico Joaquim Seixas, por fazer parte da luta armada contra a ditadura.
Segundo ele, o monumento e o relat�rio final da Comiss�o Nacional da Verdade, que tem divulga��o prevista para a pr�xima quarta (10), devem aumentar a "como��o popular" sobre o tema, o que pode gerar resultados no que diz respeito ao ensino hist�rico do per�odo nas escolas e � proibi��o de homenagens, em nomes de logradouros p�blicos, a militares envolvidos em casos de crimes pol�ticos.
Para Clara Sharf, vi�va do guerrilheiro Carlos Marighella, um dos maiores s�mbolos da resist�ncia ao regime ditatorial, a conclus�o das investiga��es realizadas pela comiss�o n�o � suficiente para p�r fim aos casos de mortes e desaparecimentos ocorridos durante o per�odo. "N�o vamos ter tudo resolvido s� porque fizemos comiss�es. N�o � simples assim", afirmou.
A constru��o de um monumento em mem�ria �s v�timas � reivindicada h� 25 anos por familiares de mortos da ditadura, de acordo com Amelinha Teles, representante do grupo.
Durante discurso no evento de inaugura��o, a ministra-chefe da Secretaria de Direitos Humanos da Presid�ncia, Ideli Salvatti, disse que s�o "mal intencionadas" muitas das pessoas que pedem, em manifesta��es, uma interven��o militar no Brasil. "Eles querem, novamente, impor o sofrimento ao povo brasileiro."
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