Governo erra em n�o focar no ajuste fiscal, alertam assessores presidenciais
As primeiras declara��es do governo Dilma sobre o futuro da economia preocuparam assessores presidenciais. Em vez de voltar a falar em medidas de est�mulo � economia, o foco deveria estar todo concentrado no ajuste das contas p�blicas num momento em que elas est�o no vermelho e o mercado tenso p�s-reelei��o da presidente petista.
Na avalia��o desta ala do governo, a prioridade deveria ser arrumar a casa antes de pensar em uma retomada do crescimento da economia. O receio destes assessores � com a infla��o ainda alta e com o risco de o pa�s perder seu grau de investimento concedido pelas ag�ncias internacionais de classifica��o de risco.
Sem ele, o custo de capta��o de empr�stimos no exterior fica mais caro para os setores p�blico e privado, al�m de reduzir o total de investimentos estrangeiros no pa�s –o que pode acontecer num momento em que o mundo pode voltar a subir os juros, pressionando ainda mais a pol�tica monet�ria brasileira.
Segundo a Folha apurou, o temor destes assessores � que as primeiras declara��es do governo depois da elei��o destacaram mais medidas de est�mulo � economia e teriam sido muito vagas na �rea fiscal, considerada a mais complicada no atual momento.
Nos �ltimos meses, o setor p�blico passou a registrar d�ficit prim�rio —ou seja, o governo n�o est� mais conseguindo economizar para pagar juros da d�vida p�blica, uma sinaliza��o ruim para os investidores estrangeiros.
Neste ano, o governo n�o vai cumprir a meta de super�vit prim�rio de 1,9% do PIB (Produto Interno Bruto), lan�ando d�vidas sobre a capacidade de bancar a promessa de, em 2015, fazer uma economia ainda maior.
No primeiro dia p�s-elei��o, por sinal, quando afirmou que a vit�ria de Dilma era uma mostra de que a popula��o aprova a pol�tica econ�mica do governo, o ministro Guido Mantega (Fazenda) voltou a prometer um ajuste fiscal "mais forte" em 2015 para compensar o fraco desempenho deste ano.
Mantega afirmou ainda que desejava reafirmar o compromisso do governo brasileiro em "manter um bom resultado fiscal, para que a d�vida p�blica continue sob controle", e que "permanece a prioridade de manter a infla��o sob controle".
Estas sinaliza��es, na avalia��o de setores do governo, j� n�o surtem mais efeitos e n�o s�o levadas a s�rio pelos agentes econ�micos enquanto n�o forem seguidas de medidas concretas. A tend�ncia seria de o mercado seguir em turbul�ncias, como nesta segunda-feira (27), quando o d�lar disparou e a Bolsa caiu.
Para esta ala do governo, os dois pr�ximos anos precisam ser focados em colocar ordem nas contas p�blicas pois o mundo estar� passando por um momento de transi��o. Al�m disto, assessores afirmam o governo insiste num caminho que n�o deu resultado no primeiro mandato de Dilma ao anunciar que prepara medidas de est�mulo a setores da economia.
Para eles, o governo tem de abandonar em definitivo as medidas pontuais como receita para recuperar o crescimento da economia. "N�o funcionaram e n�o funcionam", afirmou um assessor da presidente Dilma.
A ala do governo que ficou preocupada com o tom da fala da equipe econ�mica avalia que o futuro titular da Fazenda deveria ser algu�m que conhe�a bem o funcionamento da m�quina federal e saiba como colocar ordem nas finan�as federais. Com isso, avalia, a infla��o cai e o crescimento volta.
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