Mercado reivindica guinada econ�mica no governo Dilma
A presidente da Rep�blica reeleita Dilma Rousseff (PT) sofre cada vez mais press�o internacional pelo an�ncio do novo ministro da Fazenda e de medidas econ�micas ortodoxas para diminuir o pessimismo, segurar a cota��o do d�lar e a queda das a��es.
A turbul�ncia do mercado brasileiro um dia ap�s a vit�ria da petista sobre o A�cio Neves (PSDB) n�o surpreendeu a imprensa estrangeira, muito menos investidores, consultores e especialistas de outros pa�ses.
O tom das an�lises foi o mesmo: Dilma ter� de mandar o quanto antes um recado externo ap�s a vit�ria apertada sobre A�cio, candidato preferido do mercado.
Anthony Pereira, diretor do "Brazil Institute" do King�s College (Londres), diz que o governo Dilma, na percep��o externa, foi "longe demais" na dire��o desenvolvimentista e sabe que precisa recuperar credibilidade.
"Os investidores esperam um sinal � ortodoxia, com redu��o de gasto p�blico e menos ativismo na pol�tica industrial", afirmou Pereira, uma das principais autoridades acad�micas sobre Brasil no Reino Unido.
A previs�o dele � refletida, por exemplo, nas palavras de Jorge Mariscal, CEO de mercados emergentes da UBS Wealth Management, consultoria com US$ 1 trilh�o de investimentos supervisionados em todo o mundo.
"O Brasil n�o pode se dar ao luxo de evitar a tend�ncia global de reformas enquanto a concorr�ncia internacional pelo capital e investimento cresce intensamente", disse Mariscal � Folha. Ele ressalta que o mercado gostaria da sinaliza��o de reformas "transformadoras", embora considere "improv�vel" que isso ocorra.
Outro que segue o mesmo discurso � Ian Herbison, CEO da Speyside Corporate Relations, consultoria de investidores estrangeiros que atua no Brasil. Para ele, Dilma precisa fazer "movimentos tranquilizadores rapidamente". "Ser� necess�rio um ajuste fiscal no fim deste ano ou em janeiro, o mais tardar", disse.
Ele ressalta que a indica��o do substituto de Guido Mantega na Fazenda seria um sinal significativo.
EFEITO INCERTO
O efeito do novo nome, no entanto, depende de quem for indicado, ressalta Christopher Garman, diretor para mercados emergentes do Eurasia Group.
"Esperamos uma solu��o interna para o minist�rio. E a leitura do mercado � que algu�m de dentro do governo n�o ter� autonomia para tomar decis�es dif�ceis sobre a quest�o fiscal. Essa pessoa vai ter que construir sua credibilidade com o mercado e isso leva tempo", afirmou.
A opini�o � compartilhada por Joe Bormann, diretor para a Am�rica Latina da ag�ncia de classifica��o de risco Fitch, para quem "um novo ministro da Fazenda poderia melhorar o mau humor do mercado" em rela��o ao pa�s.
Bill Adams, analista internacional do PNC Financial Services, adota um tom mais otimista sobre o mercado.
"Espero que, com o fim das elei��es, o mercado volte sua aten��o para os dados econ�micos, que mostram que o Brasil poderia estar saindo da recess�o [dos �ltimos trimestres] e que a infla��o est� desacelerando", afirma Adams.
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Fabio Braga/Folhapress |
"Se a economia americana tiver alta de juros e a nossa piora fiscal continuar, podemos ter [...] sa�da expressiva de recursos do Brasil"
Marcos Lisboa, vice-presidente do Insper e ex-secret�rio de Pol�tica Econ�mica do Minist�rio da Fazenda
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Let�cia Moreira/Folhapress |
"A confian�a dos empres�rios � muito importante. Se essa base produtiva estiver confort�vel, o setor financeiro vai acalmar suas inquieta��es"
Luiz Gonzaga Belluzzo, economista e conselheiro de Dilma na �rea econ�mica
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"A leitura do mercado � que algu�m de dentro do governo n�o ter� autonomia para tomar decis�es dif�ceis sobre a quest�o fiscal. Essa pessoa vai ter que construir sua credibilidade"
Christopher Garman, diretor da consultoria Eurasia Group
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Cec�lia Acioli/Folhapress |
"A presidente Dilma n�o tem tempo nem margem de manobra. Ela precisa dar um forte sinal de credibilidade para os investidores com urg�ncia"
Monica de Bolle, s�cia da Galanto Consultoria e diretora da Casa das Gar�as
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Silvia Costanti/Folhapress |
"A presidente, at� o in�cio do processo eleitoral, dava sinais de reconhecimento de necessidade de mudan�a na postura fiscal. Mas abandonou esse discurso"
Otaviano Canuto, consultor do Banco Mundial e ex-secret�rio de assuntos internacionais da Fazenda
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S�rgio Lima/Folhapress |
"O mais importante neste momento � o compromisso com uma pol�tica fiscal cr�vel de longo prazo"
Bernard Appy, ex-secret�rio executivo do Minist�rio da Fazenda
Livraria da Folha
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