Sartori, do PMDB, supera Tarso e � o novo governador do RS
O candidato do PMDB Jos� Ivo Sartori, 66, foi eleito governador do Rio Grande do Sul neste domingo (26).
Com 100% das urnas apuradas, ele somava 61% dos votos, e n�o podia mais ser alcan�ado pelo governador Tarso Genro (PT), que tentava a reelei��o e tinha 39%.
Ex-prefeito de Caxias do Sul, maior munic�pio do interior ga�cho, Sartori imp�s uma derrota � principal aposta do PT na disputa nos Estados no segundo turno.
Com esse resultado, o Rio Grande do Sul manteve manteve uma escrita: a de nunca ter reeleito um governador nas �ltimas d�cadas. � o �nico no pa�s que n�o reconduziu um governante ao cargo desde que a reelei��o foi institu�da, em 1998.
Sartori, desacreditado –tinha 7% na primeira pesquisa Datafolha, em agosto– e desconhecido da maior parte do eleitorado, formou uma coliga��o que lhe rendeu o segundo maior tempo de TV no primeiro turno e contou com a for�a do PMDB no interior ga�cho.
Seu vice � o empres�rio Jos� Paulo Cairoli (PSD).
A vit�ria do peemedebista � um desfecho surpreendente para uma campanha quase toda marcada pela polariza��o entre Tarso e a senadora Ana Am�lia Lemos (PP), ex-apresentadora de TV do grupo RBS.
A senadora, que j� vinha estruturando sua candidatura desde 2011, acabou se envolvendo em troca de acusa��es com Tarso e foi gradualmente perdendo terreno nas pesquisas.
Na reta final, foi superada por Sartori e ficou de fora do segundo turno. O peemedebista venceu a primeira vota��o com oito pontos percentuais de vantagem sobre o petista (40% a 32%). No segundo turno, Ana Am�lia subiu no palanque de Sartori.
SEGUNDO TURNO
Se no primeiro turno havia se beneficiado de sua baixa rejei��o e de seu estilo pouco combativo, nas �ltimas semanas o peemedebista acabou mudando o perfil da campanha para responder a ataques do PT.
Os petistas, que atribu�ram o crescimento do advers�rio ao "marketing" e ao "truque publicit�rio", tentaram rotul�-lo como um candidato "vazio" e sem propostas.
O auge da tens�o ocorreu na �ltima semana, quando o PT exibiu sucessivamente em seu espa�o na TV um trecho de uma entrevista em que Sartori fez uma piada sobre o piso nacional do magist�rio.
O peemedebista bateu boca com Tarso em debates, disse ser v�tima de "pegadinhas" e produziu um programa de TV chamando o advers�rio de "alucinado" e "manipulador" –o que garantiu ao petista um direito de resposta no �ltimo dia do hor�rio eleitoral.
Nas �ltimas semanas, a disputa teve reflexos da campanha para presidente: o governador, que fez campanha ligada � de Dilma Rousseff, tentou vincular o peemedebista, que firmou alian�a com o tucano A�cio Neves, ao governo de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).
Em entrevista ap�s a divulga��o do resultado, Sartori foi questionado sobre o eleitorado antipetista no Estado e disse que deve " haver um motivo" para o partido gerar "avers�o".
Falou tamb�m que "ainda n�o caiu bem a ficha" sobre a vit�ria e que tem ideia das dificuldades que ter� pela frente.
Quando um rep�rter o questionou sobre a piada que fez a respeito do piso dos professores, a milit�ncia do PMDB presente vaiou o jornalista. Sartori pediu respeito e disse que n�o vai mudar seu jeito de ser.
Ele lembrou o in�cio problem�tico de sua campanha e disse que houve uma fase em que "n�o tinha perspectiva". Ao ser informado sobre o resultado da elei��o nacional, afirmou que sempre teve um bom relacionamento com a presidente reeleita Dilma Rousseff (PT).
DESAFIOS
Sartori ser� o quarto governador do PMDB no Estado desde o fim da ditadura militar.
A base governista deve ser parecida com a dos governos da tucana Yeda Crusius (2007-2010) e do peemedebista Germano Rigotto (2003-2006), unindo o polo que tradicionalmente se op�e ao PT no Estado.
Nesse grupo, est�o o PP –sigla com mais prefeituras no interior– e o PSDB.
A principal novidade ser� a entrada no governo do PSB, de Beto Albuquerque, ex-vice da presidenci�vel Marina Silva. O partido elegeu o vice de Tarso em 2010, mas rompeu com o PT no ano passado.
Sartori enfrentar� o desafio de solucionar a situa��o das finan�as estaduais: o Rio Grande do Sul � proporcionalmente o Estado mais endividado do pa�s.
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