MS ter� disputa de 2� turno acirrada entre ex-amigos de PT e PSDB
Ningu�m arrisca dizer para que lado ir� a elei��o em Mato Grosso do Sul –nem tucanos, nem petistas.
"Pode virar para qualquer um", diz um pol�tico envolvido na campanha, cujas pesquisas mostram empate t�cnico. "� imprevis�vel."
Assim como na elei��o para o Planalto, PT e PSDB s�o os protagonistas da disputa local. E, tamb�m entre os presidenci�veis, ela virou uma aguerrida luta de classes, num Estado dividido.
De um lado, o senador Delc�dio Amaral (PT) defende o voto em quem "ir� trabalhar pelos que mais precisam".
De outro, o deputado e produtor rural Reinaldo Azambuja (PSDB) prega a �tica e a mudan�a, e acusa o PT de corrup��o e mentiras.
Delc�dio, 59, engenheiro e ex-diretor da Petrobras no governo FHC, come�ou a campanha como o "governador de todos". Seu material era colorido, num petismo light. Nada de vermelho, estrela do PT ou n�mero 13.
De bom papo e perfil conciliador, com forte estrutura de campanha (uma das mais caras do pa�s), achou que ia ganhar no primeiro turno. Ficou apenas quatro pontos � frente de Azambuja.
O tucano de 51 anos despontou como uma "terceira via" na polariza��o entre PT e PMDB, que se alternam no governo estadual h� 20 anos.
Filho de agropecuaristas, com patrim�nio declarado de R$ 37 milh�es, Azambuja � uma for�a pol�tica emergente. Ex-prefeito de Maracaju, no interior, ele rompeu com o PMDB do governador Andr� Puccinelli, de quem era aliado, dois anos atr�s.
Em voo solo, fez uma boa vota��o para prefeito de Campo Grande, em terceiro lugar, e se cacifou para disputar o governo como "o candidato da nova pol�tica".
De jeito reservado, Azambuja disse que o advers�rio estava "de salto alto". Expansivo, Delc�dio o acusou de "posar de bom mo�o".
"Eles s�o opostos. Um � a s�stole, outro � a di�stole", diz o analista pol�tico Eron Brum, doutor em comunica��o.
Pesquisa Ibope divulgada neste s�bado (25) apontou situa��o de empate t�cnico entre os candidatos: Delc�dio tem 51% das prefer�ncias, contra 49% de Azambuja. Em pesquisa do dia 19, o cen�rio foi inverso: o tucano tinha 51% e o petista, 49%.
No segundo turno, Delc�dio deu uma guinada � esquerda. Colou sua imagem ao PT, abusou do vermelho e passou a atacar o advers�rio, o "candidato dos poderosos".
Em eventos, um caminh�o de som anuncia, entre um trecho e outro do jingle sertanejo: "Fique esperto. Aquele candidato muito rico s� pensa nos mais ricos. Se vacilar, o povo vai ser esquecido".
O tucano ganhou o apoio do PMDB dos Trad, fam�lia tradicional da pol�tica sul-mato-grossense, cujo candidato ficou em terceiro lugar. Adesivos peemedebistas afirmam: "Sou 15 e voto 45".
"Virou uma arca de No�", comenta o deputado federal Vander Loubet (PT).
Azambuja tenta passar ao largo. Com sotaque interiorano, relembra sua gest�o em Maracaju, prega a mudan�a e diz que a alian�a com os peemedebistas foi constru�da "em cima de valores dos quais n�o arredamos o p�".
O tucano tamb�m atira: voltou a acusar o PT e o advers�rio de corrup��o, tentando associ�-lo �s den�ncias na Petrobras.
Passada a pancadaria, o c�lculo de ambas as campanhas �: ganha quer tiver errado menos. Algo que s� devem descobrir ao final da apura��o deste domingo.
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