Comiss�o da Verdade pressiona militares por acesso a prontu�rios do HCE
A CNV (Comiss�o Nacional da Verdade) pressiona os militares para ter acesso ao prontu�rio m�dico de presos pol�ticos que passaram pelo HCE (Hospital Central do Ex�rcito), em Benfica, zona norte do Rio, durante a ditadura militar (1964-1985).
Depois da descoberta de que um paciente –Raul Amaro Nin Ferreira– foi torturado dentro das instala��es hospitalares, vindo a morrer em agosto de 1971, a comiss�o solicitou os prontu�rios m�dicos de uma s�rie de presos pol�ticos, mas o Ex�rcito disse n�o dispor dos pap�is.
Nesta ter�a-feira (23), membros da comiss�o, quatro ex-presos pol�ticos e parentes de v�timas visitaram o HCE. Os ex-presos pol�ticos tiveram dificuldade de reconhecer o local devido �s muitas modifica��es no pr�dio.
Enquanto isso, representantes da CNV participaram de reuni�o com os militares para cobrar informa��es sobre os prontu�rios. Foram recebidos pelo diretor do hospital, general V�tor C�sar dos Santos, e pelo comandante da 1� Regi�o Militar, general Carlos Alberto Barcellos. Da reuni�o, de cerca de duas horas, ficou encaminhada sugest�o para que o Minist�rio da Defesa organize uma comiss�o exclusiva para apurar o que foi feito com os prontu�rios.
"O objetivo � obter essa informa��o at� dezembro", comentou Rosa Cardoso, uma das integrantes da CNV. � o prazo final de funcionamento da comiss�o.
Mais cedo, a CNV e a comiss�o estadual da Verdade visitaram o antigo DOI-Codi do Rio onde 33 pessoas desapareceram e outras 15 morreram durante a ditadura, segundo dados da CNV. No antigo pr�dio, funciona hoje o Quartel de Policia do Ex�rcito.
"A visita foi muito boa para detalharmos o local o que permitir� a CNV cumprir com nossa finalidade de relatar os fatos. Houve, claramente, um desvio de finalidade dos �rg�os militares", afirmou Pedro Dallari, coordenador da CNV.
No olhar de seis ex-presos, ao deixar o local, a emo��o de visitar o espa�o onde foram torturados.
"O pr�dio est� a mesma coisa. Voltei onde fui parar no pau de arara, fui torturado e em que Rubens Paiva morreu. Saio com a sensa��o de cumprir uma miss�o hist�rica", afirmou o jornalista Alvaro Caldas, preso por tr�s meses no local.
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