D�vidas e sal�rios pressionam caixa dos governadores
Um balan�o da gest�o financeira dos Estados no governo Dilma Rousseff (2011-2014) mostra um quadro cr�tico e praticamente uniforme pelo pa�s: receitas abaixo do esperado, caixa pressionado pelo aumento da folha de pessoal e investimentos sustentados por d�vidas.
O cen�rio pode comprometer o desempenho dos sucessores. "Muitos v�o assumir com luz amarela ou at� vermelha", disse o economista Aristides Monteiro Neto, do Ipea (Instituto de Pesquisa Econ�mica Aplicada).
As queixas e desafios foram apontados � Folha durante a s�rie de reportagens "O Estado da Federa��o", que analisou as finan�as dos 26 Estados e do Distrito Federal.
"Foi um mandato de caixa apertado, sem d�vida", afirmou o coordenador dos Estados no Confaz (Conselho Nacional de Pol�tica Fazend�ria), Jos� Tostes Neto, secret�rio da Fazenda do Par�.
Com a desacelera��o econ�mica, os 27 governadores viram o caixa minguar: arrecadaram menos do que esperavam e deixaram para tr�s promessas de campanha.
Al�m disso, desonera��es do governo federal para estimular a economia atingiram em cheio o FPE (Fundo de Participa��o dos Estados), o que prejudicou especialmente Estados mais pobres.
No Maranh�o, Roseana Sarney (PMDB) s� entregou parte dos 72 hospitais que prometeu, e recorreu a empr�stimos para equip�-los. Beto Richa (PSDB-PR) suspendeu obras e deixou de pagar fornecedores. Omar Aziz (PSD-AM) congelou compras.
Em paralelo, as folhas de pagamento incharam, especialmente ap�s o piso nacional do magist�rio e os aumentos do sal�rio m�nimo.
GREVES
Pressionados por greves, governadores concederam gordos reajustes. Alguns v�o impactar o caixa at� o pr�ximo mandato, como no RS, que acertou acordo com policiais at� 2018. Em consequ�ncia, 11 Estados fecharam o ano gastando mais que o limite legal com pessoal, comprometendo quase 50% da receita com a folha. Em 2010, s� cinco estavam nessa situa��o.
Com pouca margem para investir, governadores recorreram a empr�stimos para tocar grandes obras. O Planalto autorizou o aumento das d�vidas, abriu linhas de cr�dito e concedeu garantias para financiamentos. Os Estados, assim, ampliaram suas d�vidas em 25% desde 2010.
S� no ano passado, foram R$ 36 bilh�es emprestados, um recorde neste mandato.
Os Estados t�m uma explica��o diferente: "Depende do que voc� chama de endividamento. Eu chamo de investimento", afirmou o governador de Roraima, Jos� de Anchieta J�nior (PSDB). Estados como Pernambuco (R$ 4,9 bi em novos empr�stimos) e Cear� (R$ 2,9 bi) est�o entre os que mais aproveitaram a alta da d�vida.
A ideia do governo federal era estimular os gastos em infraestrutura para contornar a crise. Especialistas apontam que, provavelmente, o dinheiro que antes era gasto com obras foi direcionado para o aumento da folha e custeio –tudo ficou "elas por elas".
Esta reportagem � a �ltima de uma s�rie iniciada em agosto sobre a situa��o financeira dos Estados. Leia as reportagens anteriores em folha.com/estadodafederacao
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