Para manter investimento, governador do Cear� recorre a empr�stimos
Ap�s atingir n�vel recorde de investimentos em 2010, o governo Cid Gomes (PSB-CE) perdeu o f�lego para novas obras e culpa a queda nos repasses federais pela freada.
Para tentar manter os gastos p�blicos aquecidos, a gest�o tem recorrido a empr�stimos. J� s�o R$ 7 bilh�es autorizados desde 2012, dinheiro contratado gradativamente pelas pastas do governo.
No pacote, est�o previstas, por exemplo, obras de saneamento b�sico em praias e de pavimenta��o de rodovias.
O n�vel de investimentos do Cear� chegou a 20,4% das despesas do Estado em 2010. Em 2011, com 16,2%, foi o maior do Brasil. Neste ano, at� junho, estava em 10,6%.
Editoria de arte/Folhapress |
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Mesmo com a queda, o atual n�vel � o d�cimo maior entre os Estados e permitiu a Cid, em segundo mandato, realizar ou iniciar obras que prometera na campanha.
A lista inclui de delegacias e hospitais a obras criticadas pela dimens�o exagerada, como um centro de eventos de R$ 467 milh�es e um aqu�rio tur�stico de R$ 270 milh�es.
S�o obras que o governo v� como trunfo, mas a oposi��o usa como mote para ataques, ao apontar atrasos nas entregas e no funcionamento.
Outro alvo dos cr�ticos s�o gastos do governo para "bater bumbo" na entrega das obras --a cantora Ivete Sangalo (cach� de R$ 650 mil) e o tenor espanhol Placido Domingo (R$ 3,1 milh�es) estrelaram duas inaugura��es.
Para o diretor da associa��o dos auditores fiscais do Estado, Amar�lio Santana, a gest�o vai bem financeiramente, mas precisa ficar atenta � "qualidade do gasto".
O governo Cid diz que atrasos em algumas obras decorrem de "burocracia" em licita��es, contrata��es e entrega de material. A previs�o � que, at� dezembro, todas as obras conclu�das estejam funcionando.
Sobre a contrata��o de Ivete, o governo diz que o gasto foi parte �nfima (0,2%) do investimento no hospital inaugurado e que o valor pago ao tenor foi direcionado a "um p�blico de empres�rios", que trouxe retorno ao agendar feiras e semin�rios no centro de eventos.
PIB
A queda dos investimentos no Cear� acompanha o ritmo de desacelera��o da economia local. O PIB estadual cresceu 7,9% em 2010, desempenho que caiu para 3,6% em 2012 --ainda assim, quatro vezes acima do avan�o da economia nacional no ano.
A gest�o Cid culpa a diminui��o das transfer�ncias federais pela desacelera��o no ritmo de crescimento. Dos repasses prometidos ao Cear� pela Uni�o em 2012 e em 2013, a Secretaria da Fazenda contabiliza uma frustra��o de cerca de R$ 1,2 bilh�o. O governo federal n�o comentou.
"Isso afeta a capacidade de investimento, por isso defendo o aumento do endividamento, j� que nossa d�vida est� muito baixa", disse o deputado estadual Mauro Filho (PSB), que comandou a Secretaria de Fazenda de 2007 at� a semana passada.
Ele deixou a pasta para se preparar para a elei��o de 2014 --cogita-se que possa ser o candidato de Cid � sucess�o, vaga que disputa com o ministro dos Portos, Le�nidas Cristino (PSB), e com o vice-governador Domingos Filho (PMDB).
O Estado gasta hoje cerca de 6% da receita com juros e amortiza��o da d�vida. Com os novos financiamentos, esse valor subir� para 9%, ainda abaixo do limite de 11,5% exigido em lei.
O Estado quitou a d�vida com a Uni�o e o endividamento atual est� em 24% da receita l�quida, segundo dados de abril. Em 2006, o endividamento era de 60%.
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