ALEXANDRE JOBIM E EDMUNDO KLOTZ: Rotulagem nutricional: objetivo � informar ou amedrontar o consumidor?
Robson Ventura - 15.nov.2011/Folhapress | ||
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Prateleira de supermercado em S�o Paulo |
A revis�o do modelo de rotulagem nutricional, que est� sendo conduzida pela Anvisa (Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria), come�a a despertar o interesse da m�dia e da opini�o p�blica. Os r�tulos s�o importantes ferramentas de comunica��o com o consumidor e compreendem toda e qualquer informa��o referente a um produto.
Informa��o, ali�s, � tudo o que se espera do novo modelo de rotulagem nutricional que dever� ser regulamentado em breve.
As regras atuais vigoram h� mais de dez anos e precisam ser aprimoradas. A ind�stria de alimentos e bebidas apoia a mudan�a, pois entende que isso pode trazer mais esclarecimentos ao consumidor, facilitando a compreens�o dos nutrientes presentes no produto.
� preciso considerar os avan�os tecnol�gicos relacionados aos alimentos, bem como as novas e leg�timas demandas dos consumidores por informa��es mais claras nas embalagens.
E, exatamente para manter essa comunica��o clara e o respeito aos direitos do consumidor nas suas decis�es de compra, apresentamos uma proposta de modelo de rotulagem que utiliza cores de entendimento universal (verde, amarelo e vermelho), associadas � presen�a de determinados nutrientes como s�dio, a��car e gorduras.
Esse modelo traz ainda a an�lise nutricional por por��o do alimento que est� sendo consumido, uma forma que se aproxima mais da realidade do consumo. N�o adianta muito informar a quantidade de s�dio por 100 gramas se o m�ximo que vai ser consumido ser� 10 gramas, por exemplo.
Facilita que o consumidor fa�a a composi��o nutricional mais apropriada para ele, comparando as caracter�sticas dos alimentos, o teor de cada nutriente, podendo escolher, dessa forma, sua melhor op��o na busca por uma dieta equilibrada, diversificada e inclusiva.
O que nos assusta, neste momento do debate, � a defesa de um modelo que pouco acrescenta de informa��o para o consumidor. Traz tri�ngulos pretos para indicar excesso de determinados nutrientes nos alimentos.
Em vez de esclarecer, de ajudar o consumidor a selecionar o alimento mais adequado para sua dieta, a proposta, que tem recebido manifesta��es favor�veis de alguns setores, simplesmente assusta o consumidor. Trabalha a mensagem do medo, do alerta, do perigo.
N�o estamos falando de produtos irregulares. Estamos falando de alimentos, que, marcados com tri�ngulos pretos, s�o considerados "impr�prios" por um grupo da sociedade que prop�e restri��o de consumo a toda a popula��o. Chegou-se a dizer, inclusive, que o melhor seria n�o consumi-los, avan�ando, assim, sobre os limites da liberdade de escolha.
Entendemos que a proposta de rotulagem com as cores, que qualquer pessoa possa identificar e avaliar com facilidade, representa um salto na oferta de informa��o ao principal interessado nesta mudan�a.
Confiamos na capacidade do consumidor em fazer suas pr�prias escolhas alimentares a partir de informa��es claras e completas. Inclusive por alimentos e bebidas com diferentes teores de a��car, s�dio e gordura.
Alimentos n�o causam danos � sa�de. Uma alimenta��o desequilibrada, sim. Informados, teremos consumidores mais preocupados com sua sa�de.
A ind�stria apoia e incentiva solu��es que promovam h�bitos de vida saud�veis. E defender� sempre a informa��o e a educa��o como os instrumentos mais adequados para isso. Juntos, governo, ind�stria e sociedade podem e devem caminhar para um estilo de vida cada vez mais equilibrado.
ALEXANDRE JOBIM � presidente da Abir (Associa��o Brasileira das Ind�strias de Refrigerantes e Bebidas N�o Alco�licas)
EDMUNDO KLOTZ � presidente da Abia (Associa��o Brasileira das Ind�strias da Alimenta��o)
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