Agora partido, Farc apresenta plataforma para elei��es na Col�mbia
Raul Arboleda - 1.set.2017/AFP | ||
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Militante da Farc se prepara para conven��o em setembro em Bogot�; partido apresenta plataforma |
A For�a Alternativa Revolucion�ria do Comum, nome do partido criado a partir da desmobiliza��o da guerrilha das Farc (For�as Armadas Revolucion�rias da Col�mbia), realiza neste s�bado (27), ao sul de Bogot�, o lan�amento de seus candidatos para as elei��es legislativas (11/3) e presidenciais (27/5), al�m de seu programa de propostas para a Col�mbia.
A agremia��o, que manteve a sigla da guerrilha, participar� de uma elei��o democr�tica pela primeira vez depois de mais de cinco d�cadas de embate com o Estado.
Isso foi poss�vel gra�as ao acordo de paz aprovado pelo Congresso colombiano no final de 2016. O tratado estabelece que a Farc possa concorrer � Presid�ncia e ao Parlamento, al�m de receber verba estatal para iniciar suas atividades. Caso os candidatos da legenda n�o consigam se eleger, o acordo prev� que ela receba cinco vagas extras na C�mara e cinco no Senado.
"N�o s� vamos conseguir eleger os dez pelo voto popular como tamb�m outros. Estamos muito otimistas", disse � Folha o ex-membro do secretariado da guerrilha e atual pr�-candidato � C�mara dos Deputados Carlos Antonio Lozada. Segundo ele, ser�o 23 candidaturas ao Senado e 51 � C�mara.
Para a Presid�ncia, a Farc apresentar� seu l�der, Rodrigo "Timochenko" Londo�o, rec�m-regressado ao pa�s, ap�s tratamento de sa�de em Cuba. Outros integrantes da c�pula da ex-guerrilha que pretendem disputar as elei��es s�o Iv�n M�rquez e Pablo Catatumbo.
O programa de governo ter� como prioridades a cria��o de um sistema de renda b�sica para a popula��o pobre e outro de capacita��o de jovens rec�m-sa�dos da universidade, al�m de apoio para a implementa��o integral do acordo de paz.
No atual Congresso, a oposi��o ao governo de Juan Manuel Santos, encabe�ada pelo ex-presidente �lvaro Uribe, hoje senador, vem colocando impedimentos para a aprova��o de itens necess�rios � concretiza��o do acordo.
Lozada cr� que uma bancada da Farc pode acelerar o processo: "Precisamos combater o discurso da direita de que dar um voto para n�s � levar a Col�mbia para o caminho da Venezuela".
DIFICULDADES
O caminho, por�m, n�o tem sido f�cil para a ex-guerrilha. Houve resposta negativa de v�rios bancos a pedidos de abertura da conta em que seriam depositadas doa��es para a campanha —o Banco Agr�rio acabou cedendo. A maioria temia ter problemas internacionais, uma vez que a Farc ainda figura na lista de grupos terroristas dos EUA.
Durante o governo de Barack Obama, Santos havia obtido a promessa de que, caso o acordo fosse aprovado, a Farc deixaria essa rela��o. Obama tamb�m havia destinado uma ajuda em dinheiro para a reconstru��o da infraestrutura destru�da pela guerra e para a reinser��o dos ex-combatentes.
J� a administra��o Trump imp�s outros pr�-requisitos para que os EUA mantivessem tal apoio. Trump exigiu que Santos retomasse a destrui��o da �rea de planta��o de coca por fumiga��o a�rea —algo que deixara de ser feito como parte das negocia��es.
HOMIC�DIOS
Outra dificuldade que a Farc vem enfrentando s�o os assassinatos de ex-combatentes cometidos por ex-paramilitares ou por bandos de criminosos (Bacrim), antigos inimigos da guerrilha.
Nas �ltimas semanas, as lideran�as da Farc v�m chamando a aten��o de Santos para o n�o cumprimento de um dos itens do acordo que garante a seguran�a f�sica dos ex-combatentes, agora desarmados. At� agora, foram mortos 36 ex-guerrilheiros e 13 de seus familiares.
A Farc lembra o ocorrido com o partido Uni�o Patri�tica, nascido em 1985, quando o Estado entrou em acordo com algumas guerrilhas e lhes deu espa�o na pol�tica. Desarmados, os ex-guerrilheiros foram quase todos mortos: dois candidatos � Presid�ncia, 20 congressistas, 11 prefeitos e mais de 3.000 militantes.
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