Em encontro com Xi, Trump elogia China por ter tirado vantagem dos EUA
Em seu encontro com o l�der chin�s, Xi Jinping, nesta quinta-feira (9), Donald Trump culpou seus antecessores na Casa Branca pela "rela��o comercial distorcida" entre Estados Unidos e China, a quem elogiou por ter se aproveitado da situa��o.
"Quem pode culpar um pa�s por ser capaz de tirar vantagem de outro pa�s em benef�cio de seus cidad�os? Dou muito cr�dito para a China", afirmou o presidente americano.
A posi��o contrasta com a ret�rica de Trump durante a campanha presidencial de 2016, quando afirmou que "os EUA n�o podem permitir que a China continue a violentar nosso pa�s".
A China � o principal parceiro comercial dos EUA depois da Uni�o Europeia. No ano passado, a balan�a de com�rcio entre os dois pa�ses apresentou um deficit de US$ 347 bilh�es para o lado americano.
Trump classificou a assinatura de acordos comerciais entre empresas americanas e chinesas no valor de US$ 250 bilh�es (R$ 815 bilh�es) como um "�timo come�o" para resolver a rela��o comercial "desequilibrada".
J� Xi Jinping disse que a economia da China se tornar� cada vez mais aberta e transparente para empresas estrangeiras, incluindo as americanas.
O l�der chin�s afirmou ainda que o desenvolvimento est�vel e constante dos la�os econ�micos entre a China e EUA ser� uma grande contribui��o ao crescimento global.
O comunicado emitido pelo Minist�rio de Rela��es Exteriores da China afirma que os dois pa�ses devem enfrentar quest�es econ�micas de maneira progressista e construtiva e resolver os problemas expandindo sua coopera��o econ�mica.
A China concordou em reduzir ainda mais as barreiras de entrada no mercado em suas ind�strias banc�ria, de seguros e de valores mobili�rios, e ir� gradualmente reduzir as tarifas de ve�culos, diz o texto.
Apesar do tom de coopera��o do evento, nem Trump nem Xi mencionaram iniciativas concretas para atender as reclama��es de empres�rios americanos sobre a dificuldade de acessar o mercado chin�s e as queixas de investidores chineses quanto �s dificuldades de investir em empresas de tecnologia dos EUA.
COREIA DO NORTE
Trump tamb�m pressionou a China a fazer mais para controlar a Coreia do Norte, em meio � escalada da tens�o pelo desenvolvimento de armas nucleares pelo regime do ditador Kim Jong-un.
"A China pode resolver esse problema r�pida e facilmente", disse o presidente dos EUA. Pequim � o principal parceiro comercial e diplom�tico de Pyongyang. O americano pediu ainda ajuda da China na rela��o com Kim.
Trump deve se encontrar nesta sexta-feira (10) com o presidente russo, Vladimir Putin.
Muitos se perguntaram nesta quinta-feira como Trump driblou os r�gidos controles de internet na China —apelidados de "Grande Firewall".
O presidente americano escreveu uma mensagem no Twitter agradecendo ao l�der chin�s, Xi Jinping, e sua mulher pela visita � Cidade Proibida, em Pequim.
"Em nome da @FLOTUS (primeira-dama dos Estados Unidos, na sigla em ingl�s) Melania e eu, OBRIGADO por uma tarde e noite inesquec�veis na Cidade Proibida de Pequim, presidente Xi e senhora Peng Liyuan. Estamos ansiosos para reencontr�-los amanh� de manh�!"
Muitas plataformas de redes sociais ocidentais, como Twitter e Facebook, s�o proibidas na China. Um sistema sofisticado foi constru�do para negar a usu�rios conectados no pa�s o acesso a conte�dos bloqueados.
"Acho que ele deve ter feito isso via wi-fi em uma rede de sat�lite", disse um usu�rio do Weibo, o similar chin�s do Twitter.
Estrangeiros costumam se conectar a redes virtuais privadas (VPNs) para acessar conte�dos sediados fora da China. Outra op��o � assinar um servi�o de roaming de dados antes de sair do pa�s de origem.
Indagada se a China considera o uso que Trump faz do Twitter uma viola��o da lei, a porta-voz do Minist�rio das Rela��es Exteriores, Hua Chunying, respondeu que existem muitos meios de comunica��o com o "mundo exterior".
Em seu tu�te, Trump acrescentou um link para uma foto no Instagram, que tamb�m � proibido na China.
"O presidente tuitar� o que quiser. Esta � sua forma de se comunicar diretamente com o povo americano. Por que n�o?", disse uma autoridade da Casa Branca na quarta-feira (8), antes da chegada de Trump a Pequim.
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