Para premi�, plebiscito 'n�o existiu'; catal�es citam direito � independ�ncia
No encerramento de um dia marcado pelo desafio separatista catal�o, o premi� espanhol, Mariano Rajoy, declarou no domingo (1�) que "o plebiscito n�o existiu".
O l�der conservador, do PP (Partido Popular), afirmou ap�s o fechamento das urnas que o voto "foi impedido com o fundamento da lei, o respaldo dos democratas, a atua��o dos tribunais".
Rajoy defendeu a atua��o da pol�cia, criticada pela oposi��o pelos embates violentos, com mais de 700 feridos, e afirmou estar aberto ao di�logo para resolver a quest�o de maneira pol�tica.
"Todos os espanh�is viram que nosso Estado de direito mant�m sua fortaleza e sua vig�ncia, que responde aos contraventores com efici�ncia e serenidade", disse.
O governo catal�o, por�m, tem sinalizado n�o ter mais paci�ncia para negociar, ap�s anos insistindo em se sentar � mesa com Madri.
O porta-voz do governo regional catal�o, Jordi Turull, havia dito mais cedo que o governo espanhol responderia nas cortes internacionais pela viol�ncia usada pela pol�cia para impedir a realiza��o da vota��o separatista.
"O que a pol�cia est� fazendo � simplesmente selvagem, � um esc�ndalo internacional", disse Turull.
Segundo o governo regional, a pol�cia espanhola conseguiu fechar 319 postos de vota��o de um total de cerca de 2.300. "Pedimos �queles que n�o conseguiram votar para se dirigirem aos locais que n�o foram fechados."
O presidente da comunidade aut�noma, Carles Puigdemont, afirmou na noite de domingo que "a Catalunha havia conquistado o direito de ser um Estado independente em forma de rep�blica".
"Como resultado disso", prosseguiu ele, "o governo que eu presido enviar� nos pr�ximos dias ao Parlamento da Catalunha, sede e express�o da soberania de nosso povo, os resultados da jornada de hoje para que aja de acordo com o que prev� a Lei do Plebiscito" –ou seja, a declara��o unilateral de independ�ncia 48 horas depois da vit�ria do "sim" na consulta popular.
N�o h� previs�o para o t�rmino da contagem dos votos, mas algumas se��es eleitorais j� come�aram a anunciar resultados individualmente -com larga vantagem do "sim", em diversos casos em torno de 90%. Cerca de 5,5 milh�es de eleitores estavam habilitados a comparecer �s urnas. N�o h� previs�o legal de qu�rum m�nimo.
O plebiscito separatista catal�o come�ou na manh� de domingo com as imagens de col�gios eleitorais invadidos pela pol�cia, anci�os retirados � for�a e milhares de pessoas votando debaixo de chuva.
Um v�deo registrando a pol�cia destruindo as portas de uma escola que servia de centro de vota��o causou especial indigna��o, assim como cidad�os jogados ao ch�o pelas for�as de seguran�a. Na v�spera, um cartaz de "m�s democracia" fora destru�do por manifestantes contr�rios ao voto.
COMEMORA��O
O governo regional catal�o, que j� goza de alguma autonomia, convocou este voto para ter sua independ�ncia completa da Espanha. As autoridades em Madri, por�m, afirmam que a consulta � ilegal e, portanto, sem valor.
O Parlamento catal�o amea�a declarar sua independ�ncia unilateralmente em at� 48 horas depois do voto. O governo central em Madri avisa que n�o vai reconhecer o gesto. O cen�rio dos pr�ximos dias � incerto.
O presidente catal�o, o separatista Carles Puigdemont, votou pela manh� em Cornell� de Terri, onde foi celebrado pelos eleitores presentes.
Cada voto era comemorado. Madri havia confiscado milh�es de c�dulas e milhares de urnas, e a pol�cia cortou o acesso � internet em diversos pontos para impedir o plebiscito.
Ativistas esconderam urnas durante a madrugada em igrejas. As caixas de pl�stico foram levadas aos locais de voto em carros particulares, sem alarde.
Como medida-surpresa, o governo catal�o anunciou de manh� que aceitaria votos em qualquer col�gio eleitoral, e n�o apenas naqueles onde os eleitores estivessem registrados. Era aceito tamb�m o voto sem envelopes.
As cenas de embate foram duramente criticadas por importantes atores pol�ticos, como Pablo Iglesias, do movimento de esquerda Podemos.
"Porradas, empurr�es, anci�os arrastados. O que o Partido Popular est� fazendo � nossa democracia me repugna. Corruptos, hip�critas, in�teis", escreveu na rede social Twitter.
Com ag�ncias de not�cias
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