Em caso in�dito, premi� da Espanha dep�e � Justi�a por suspeita de caixa 2
Paul Hanna/Reuters | ||
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O premi� da Espanha, Mariano Rajoy, participa de evento do Partio Popular ap�s depor � Justi�a |
O premi� da Espanha, Mariano Rajoy, prestou depoimento � Justi�a espanhola nesta quarta-feira (26) em um caso que investiga um esquema de caixa dois de mais de 20 anos dentro seu partido. O esc�ndalo vem sendo comparado � opera��o Lava Jato, do Brasil.
Foi a primeira vez na hist�ria democr�tica da Espanha em que um chefe de governo foi convocado a declarar � Justi�a. Outros dois chefes de governo espanhol, Felipe Gonz�lez e Adolfo Su�rez, tamb�m j� foram convocados pela Justi�a, mas ambos ap�s deixar o cargo.
No depoimento, que durou quase duas horas, o premi� sustentou a vers�o de que n�o tinha nenhum conhecimento sobre os movimentos financeiros de seu partido, o Partido Popular.
Rajoy foi convocado a depor porque foi vice-secret�rio da sigla e dirigiu as campanhas para as elei��es municipais, europeias e gerais do partido entre os anos de 1994 e 2000.
O premi� alegou que se ocupava apenas de quest�es pol�ticas da sigla, e, portanto, n�o sabe se houve qualquer movimento ilegal, embora tenha negado a exist�ncia de um caixa dois em seu partido.
"H� uma separa��o n�tida e clara entre a parte pol�tica e a parte econ�mica. Jamais me ocupei de assuntos econ�micos no meu partido", declarou.
A declara��o de Rajoy faz parte da chamada Trama G�rtel, uma investiga��o que apura supostas doa��es ilegais de empreiteiras ao Partido Popular em troca de obras p�blicas durante os anos de intenso crescimento econ�mico da Espanha baseado na constru��o civil.
O caso julga 37 pol�ticos e j� enviou � pris�o pol�ticos e empres�rios como o suposto l�der da trama, o empres�rio Francisco Correa, condenado a 13 anos de pris�o por tr�fico de influ�ncia, fraude fiscal e lavagem de dinheiro.
Como o caso investiga a �poca em que Rajoy ainda era vice-secret�rio do partido, ele declarou na condi��o de cidad�o comum, sem a companhia de membros do governo ou advogados.
Ainda assim, foi convidado a sentar em uma posi��o da sala destinada apenas a altos cargos, ao lado dos magistrados, e n�o abaixo deles, como fizeram todas as outras testemunhas ouvidas no caso. A din�mica provocou cr�ticas dos promotores e advogados de acusa��o, que dizer haver abuso de poder.
Logo no in�cio da sess�o, a acusa��o questionou Rajoy sobre uma pol�mica mensagem de texto filtrada pela Justi�a na qual ele escreve ao ex-tesoureiro do partido, Luis B�rcenas, logo ap�s ele ser condenado no caso.
Paul Hanna - 6.fev.2013/Reuters | ||
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Luis B�rcenas, ex-tesoureiro do PP, � cercado pela imprensa e por manifestantes ap�s depor, em 2013 |
Na mensagem, Rajoy deseja "for�a" ao ex-companheiro de partido e afirma que ligaria para ele no dia seguinte. Questionado sobre a mensagem, ele afirmou apenas que "eu nunca liguei para ele".
Em seu depoimento, B�rcenas alegou ter recebido chamada de Rajoy e acusou o premi� de receber dinheiro do caixa dois.
Na �poca, ele reconheceu como verdadeira uma tabela apreendida pela Justi�a na sede do Partido Popular com a suposta contabilidade do caixa dois, na qual o nome de Mariano Rajoy � um dos que consta da lista de receptores.
Na audi�ncia, o premi� afirmou que a tabela, escrita � m�o, � "absolutamente falsa".
A oposi��o ao governo tamb�m prostestou contra uma suposta prote��o a Rajoy por parte do juiz da sala. Logo ap�s a audi�ncia, o l�der da oposi��o e presidente dos socialistas, Pedro S�nchez, pediu a demiss�o do premi�.
Ao chegar no pr�dio da Audi�ncia Nacional, Mariano Rajoy entrou direto pela garagem e, assim, n�o enfrentou manifestantes que se concentravam na porta do tribunal. O pr�dio onde ocorreu sua audi�ncia fica a 20 quil�metros do centro de Madri. O governo disse que a entrada em carro foi autorizada pela Justi�a "por motivos de seguran�a".
Tamb�m ap�s a audi�ncia, Rajoy foi a um ato de seu partido contra a viol�ncia de g�nero que n�o estava previsto.
Com o depoimento do premi�, o caso entrou em recesso e volta a ser aberto em setembro. Na data, a Audi�ncia Nacional, a maior inst�ncia da Justi�a espanhola e respons�vel pela Trama G�rtel, vai decidir se Mariano Rajoy vira r�u no caso.
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