Com crise pol�tica, Temer deixa c�pula do G20 antes do fim
Eduardo Anizelli - 27.jun.2017/Folhapress | ||
O presidente Michel Temer discursa no Pal�cio do Planalto em junho |
O presidente Michel Temer embarcou na manh� deste s�bado (8) ao Brasil depois de pouco mais de 30 horas de passagem por Hamburgo, na Alemanha, onde o peemedebista participou da c�pula do G20.
Ele disse � imprensa estar "tranquil�ssimo" sobre o retorno, enquanto se acumulam as crises pol�ticas amea�ando seu mandato –raz�es para a curta participa��o na importante reuni�o das principais economias do mundo.
O avi�o com o presidente decolou �s 12h25 locais (7h25 em Bras�lia). Temer perdeu, com isso, a �ltima sess�o com os demais l�deres, incluindo o americano Donald Trump e o franc�s Emmanuel Macron. Ele tamb�m n�o acompanhou a emiss�o do comunicado conjunto, que � o tradicional documento do fim da c�pula.
Seu "tranquil�ssimo" foi a �nica declara��o oficial no s�bado, seguida de um sinal de "tudo joia" com ambas as m�os. No dia anterior, Temer havia dito que n�o existe crise econ�mica no Brasil.
"Crise econ�mica no Brasil n�o existe. Pode levantar os dados e voc� ver� que estamos crescendo no emprego, estamos crescendo na ind�stria, estamos crescendo no agroneg�cio", afirmou.
A breve viagem de Temer coincidiu com graves movimentos pol�ticos, incluindo a declara��o do senador C�ssio Cunha Lima (PSDB), reportada na coluna "Painel" desta sexta (7), de que, se depender da tramita��o da den�ncia contra o peemedebista, "dentro de 15 dias o pa�s ter� um novo presidente".
Temer disse na sexta, em Hamburgo, que foi "for�a de express�o". "Vamos esperar 15 dias, n�o � verdade?. Vamos esperar. �s vezes as pessoas se entusiasmam."
VAIV�M
A viagem de Temer ao G20 havia sido inicialmente cancelada, mas o governo reavaliou a decis�o na segunda-feira (3).
As idas e vindas contribu�ram para uma agenda esvaziada, sem nenhuma reuni�o bilateral, e para uma gafe: o programa entregue � imprensa apontava o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, como chefe da delega��o, no lugar de Temer.
"H� a sensa��o de que o Brasil est� consumido por desafios pol�ticos e n�o deve, por isso, desempenhar o papel que teve no passado", afirmou � Folha Thomas Bernes, do CIGI (Centro Internacional para a Inova��o na Governan�a). Bernes participa do T20, uma agremia��o de think tanks sobre o G20.
Diogo Bercito/Folhapress | ||
O programa de imprensa da c�pula do G20, que n�o inclui o presidente do Brasil, Michel Temer |
GEST�O MAIA
Com a possibilidade de que Temer n�o tenha o apoio suficiente para continuar no cargo, partidos da base come�aram a discutir a gest�o de transi��o do presidente da C�mara, Rodrigo Maia (DEM), como relatou a Folha.
O consenso seria a manuten��o desta equipe econ�mica, incluindo Meirelles, que acompanhava Temer em Hamburgo. O ministro, que participou dos encontros na c�pula, s� deve retornar a Bras�lia neste domingo (9).
Na Alemanha, na sexta, Temer disse no entanto que confia no aliado Maia. "Acredito plenamente. Ele s� me d� provas de lealdade."
Temer tamb�m disse que sua preocupa��o em rela��o a uma dela��o de Eduardo Cunha � "zero", e que tamb�m � "zero" sua preocupa��o quanto a uma eventual debandada da base aliada –enquanto tenta barrar na C�mara a den�ncia de corrup��o passiva contra ele.
"Zero preocupa��o", disse. "O PSDB tem quatro minist�rios, os ministros est�o muito tranquilos." Todos telefonaram, afirmou, para explicar a declara��o do senador Tasso Jereissati, presidente interino do PSDB, que disse na quinta que Maia "tem condi��es" de conduzir a transi��o do pa�s at� as elei��es de 2018.
"Ainda agora me ligaram todos, um pouco dando explica��es, dizendo que esta fala do senador Tasso n�o condiz com aquilo que pensa a maioria do PSDB", contou.
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