Protestos contra o G20 impedem Temer de voltar a hotel na Alemanha
Enquanto os l�deres das principais economias do mundo se deslocavam para a Filarm�nica de Hamburgo para ouvir a 9� Sinfonia de Beethoven, escoltados pela pol�cia, manifestantes tomavam as ruas da cidade contra a c�pula do G20.
A pol�cia orientou o presidente do Brasil, Michel Temer, a desistir de voltar ao hotel por raz�es de seguran�a. Ele foi diretamente � apresenta��o musical, depois das reuni�es do dia. Mais cedo, o grupo das primeiras-damas teve de mudar de planos para evitar os protestos.
O metr� foi fechado, e todos os acessos foram bloqueados, impedindo inclusive a sa�da dos participantes.
A reportagem da Folha foi obrigada a permanecer na �rea entre manifestantes e as for�as de seguran�a. Uma mulher com crian�a de colo caminhava por quil�metros em busca de uma sa�da, exposta aos embates na rua.
A t�tica da pol�cia � conhecida como "kettling", ou "chaleira de Hamburgo", e foi utilizada pela primeira vez na cidade em 1986.
Manifestantes s�o isolados por horas em pequenos grupos, sem acesso a comida ou banheiro, para evitar sua mobiliza��o e a depreda��o.
A estrat�gia, criticada por �rg�os humanit�rios, foi aplicada pela PM em S�o Paulo nas manifesta��es contra a Copa do Mundo, em 2014.
Uma policial ouvida pela reportagem em Hamburgo, questionada pela raz�o da t�tica, disse que sua prioridade era proteger os l�deres, e n�o o restante das pessoas.
Ao menos 160 policiais ficaram feridos e 70 pessoas foram detidas, segundo a ag�ncia Reuters. Dezenas de carros foram incendiados.
Diversas lojas em regi�es de protestos colocaram cartazes nas janelas pedindo para serem poupadas —mesmo assim, muitas delas acabaram sendo apedrejadas.
Houve protestos tamb�m nos dias anteriores, e o governo alem�o previa 100 mil manifestantes at� o fim do evento, neste s�bado (8). H� 20 mil policiais deslocados para a prote��o da c�pula. O governo de Hamburgo pediu refor�os de outras regi�es.
O precedente que preocupa as autoridades � a c�pula do G8 de 2001, em G�nova (It�lia), onde 200 mil pessoas entraram em conflito com a pol�cia. Um manifestante italiano de 23 anos foi morto.
O governo alem�o chegou a ser criticado nos �ltimos dias por organizar o G20 em Hamburgo, a segunda maior cidade do pa�s, atr�s de Berlim. As c�pulas, em geral, s�o realizadas em regi�es mais afastadas do centro e mais f�ceis de controlar.
A chanceler Angela Merkel condenou a viol�ncia. "Compreendo manifesta��es pac�ficas, mas protestos violentos p�em vidas em risco", disse a anfitri�, que deve usar a c�pula para se projetar ainda mais —ela busca o quarto mandato nas elei��es de setembro.
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