Projeto do 'Trumpcare' no Senado j� enfrenta oposi��o de republicanos
Kevin Lamarque - 23.mar.2017/Reuters | ||
![]() |
||
Manifestantes em frente � Casa Branca exigem manuten��o do Obamacare |
A lideran�a republicana no Senado mal havia divulgado a sua vers�o do projeto para substituir a lei de sa�de implementada por Barack Obama e quatro senadores do partido j� anunciavam formalmente sua oposi��o ao texto nesta quinta (22) –o que inviabilizaria sua aprova��o na vota��o prevista para a pr�xima semana.
Um levantamento feito pelo jornal "The Washington Post" mostrava cen�rio ainda pior: 12 senadores republicanos, entre conservadores e moderados, teriam alguma reserva em rela��o ao texto.
Para que a proposta passe e o presidente Donald Trump consiga cumprir uma de suas principais promessas de campanha, o l�der da maioria na Casa, Mitch McConnell, n�o pode perder mais do que dois votos dos 52 que o partido tem no Senado.
O texto, que vinha sendo discutido a portas fechadas nas �ltimas semanas, �, em alguns aspectos, mais moderado que o aprovado com apenas um voto a mais do que o necess�rio na C�mara.
O documento, por�m, tamb�m prev� o fim da verba federal para incentivar os Estados a expandirem o Medicaid –sistema p�blico voltado � popula��o mais pobre– e o fim do aumento de impostos para os mais ricos para financiar a sa�de.
As principais mudan�as em rela��o ao projeto da C�mara s�o sobre os cr�ditos fiscais, que teriam, segundo a nova proposta, sua concess�o prevista com base em idade, renda e endere�o, como � hoje no Obamacare. O texto da C�mara previa que os cr�ditos tivessem a idade como crit�rio principal.
O que muda do projeto do Senado para o Obamacare � que os cr�ditos s� servir�o para cobrir um plano de sa�de mais simples –e o limite de renda para uma fam�lia receber o benef�cio ser� menor.
O fim do incentivo ao Medicaid nos Estados tamb�m ser� mais gradual pela proposta do Senado, passando a valer s� daqui a tr�s anos (pelo texto da C�mara, seria a partir do pr�ximo ano).
Como no projeto da C�mara, o texto dos senadores tamb�m prev� o fim da obrigatoriedade a todos os americanos acima da linha da pobreza para que contratem um plano b�sico de sa�de. Tamb�m as empresas com mais de 50 empregados n�o seriam mais obrigadas a pagar planos de sa�de para ao menos 95% dos funcion�rios.
Os conservadores Ted Cruz, Rand Paul, Ron Johnson e Mike Lee, disseram, em comunicado, n�o estarem "prontos" para apoiar a proposta. Segundo eles, como apresentada, "n�o cumpre a mais importante promessa feita aos americanos: revogar o Obamacare e reduzir os seus gastos com sa�de".
Eles, contudo, demonstraram abertura para negociar at� a vota��o.
Nomes mais moderados do partido criticam outros pontos –o que torna ainda mais complicado o equil�brio em rela��o �s demandas dos senadores republicanos.
Susan Collins e Lisa Murkowski, por exemplo, se op�em � previs�o da suspens�o, por um ano, no financiamento � Planned Parenthood –organiza��o pr�-aborto e de assist�ncia a mulheres.
Parlamentares de Estados que expandiram o Medicaid temem a rea��o negativa de seus eleitores. "Tenho uma s�ria preocupa��o do impacto dessa lei sobre os moradores de Nevada", disse Dean Heller, de Nevada, candidato � reelei��o em 2018.
Na C�mara, republicanos adiaram a vota��o por n�o ter votos suficientes e depois fizeram concess�es � ala mais conservadora para obter a aprova��o. No fim do dia, Trump demonstrou forte apoio ao projeto: "Lembrem-se, o Obamacare morreu."
*
'Novo' Trumpcare
Senadores sugerem mudan�as para suavizar projeto aprovado na C�mara
![]() |
Como � hoje no Obamacare
- Todos os americanos devem ter um plano de sa�de; quem n�o tem condi��es de pagar, pode receber subs�dios do governo para isso
- Beneficia usu�rios de renda baixa e m�dia atrav�s dos crit�rios renda, idade e localiza��o geogr�fica
- Seguradoras n�o s�o autorizadas a cobrar mais ou negar cobertura de um usu�rio por condi��es pr�-existentes
- Planos podem cobrar de usu�rios mais velhos at� tr�s vezes mais do que cobram dos mais novos
- Medicaid pode ser expandido pelos Estados gradualmente, com a ajuda de recursos federais
![]() |
O que diz o texto aprovado pelos deputados
- Seguradoras poderiam cobrar sobretaxa de 30% de usu�rios que voltam ao plano ap�s terem abandonado; medida busca incentivar que pessoas saud�veis continuem cobertas
- Beneficiaria os usu�rios usando apenas a idade como crit�rio; usu�rios de regi�es com custo de vida mais elevado n�o receberiam incentivo
- Seguradoras poderiam aumentar o valor de um plano baseadas nas condi��es pr�-existentes do usu�rio
- Planos podem cobrar de usu�rios mais velhos at� cinco vezes mais do que cobram dos mais novos
- Medicaid seria financiado por um repasse aos Estados baseado em quanto cada um gasta hoje; programa n�o poderia mais ser expandido a partir de 2018
![]() |
O que prop�em os senadores
- Eliminar o dispositivo que obriga o cidad�o a ter um plano, sem proposta para incentivar a continuidade de cobertura de usu�rios sem doen�as
- Manter os crit�rios de idade, renda e localiza��o, mas apenas para um plano simples, voltado para pessoas com renda menor do que as hoje cobertas
- Recuam ao que estipula o Obamacare
- Planos podem cobrar de usu�rios mais velhos at� cinco vezes mais do que cobram dos mais novos
- Novo modelo de financiamento do Medicaid come�aria a ser aplicado apenas em 2021
Livraria da Folha
- Box de DVD re�ne dupla de cl�ssicos de Andrei Tark�vski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenci�rio
- Livro analisa comunica��es pol�ticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade
![Muro na fronteira do México com os EUA – Lalo de Almeida/Folhapress Muro na fronteira do México com os EUA – Lalo de Almeida/Folhapress](https://cdn.statically.io/img/f.i.uol.com.br/folha/homepage/images/17177107.jpeg)
Um mundo de muros
Em uma série de reportagens, a Folha vai a quatro continentes mostrar o que está por trás das barreiras que bloqueiam aqueles que consideram indesejáveis