Cerco a Aleppo � 'crime de propor��es hist�ricas', diz autoridade da ONU
O alto-comiss�rio da ONU (Organiza��o das Na��es Unidas) para direitos humanos, Zeid Ra'ad al-Hussein, classificou nesta sexta-feira (21) de "crimes de propor��es hist�ricas" o cerco e os bombardeios �s �reas controladas por rebeldes na por��o oriental da cidade de Aleppo, na S�ria.
"Grupos armados da oposi��o continuam lan�ando morteiros e outros proj�teis em dire��o a bairros de civis em Aleppo ocidental, mas ataques a�reos indiscriminados sobre a por��o oriental da cidade realizados pelas for�as do regime e por seus aliados s�o respons�veis pela maior parte das baixas entre civis", declarou Zeid por videoconfer�ncia a uma sess�o especial do Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra.
Ameer Alhalbi-12.out.2016/AFP Photo | ||
Moradores caminham por escombros no distrito de Fardous, em Aleppo, atingido por bombardeios |
O alto-comiss�rio tamb�m disse que as pot�ncias mundiais deveriam tratar da situa��o na S�ria no Tribunal Penal Internacional.
A declara��o de Zeid se soma ao coro de governos do Ocidente contra a ofensiva para retomar Aleppo das m�os de rebeldes, realizada pelo regime do ditador s�rio, Bashar al-Assad, e por aliados, inclusive o governo da R�ssia. Bombardeios na cidade j� deixaram centenas de civis mortos e hospitais destru�dos.
PAUSA HUMANIT�RIA
No segundo dia de "pausa humanit�ria" de ataques sobre Aleppo, promovida pela R�ssia com o objetivo de evacuar civis e rebeldes antes de uma ofensiva final sobre a cidade, a ONU afirmou que socorristas seguem encontrando dificuldades para retirar pessoas feridas e doentes.
A pausa de bombardeiros tem dura��o de 11 horas por dia, e deve se repetir ao menos at� domingo (23). Durante a madrugada desta sexta, antes do in�cio da tr�gua, foram registrados enfrentamentos entre rebeldes e for�as leais ao regime s�rio nas frentes de batalha, ao redor da �rea sitiada em Aleppo.
O embaixador da S�ria em Genebra, Hussam Aala, disse que o regime de Damasco "j� tomou todas as medidas" para a sa�da de civis de Aleppo, deixando dispon�veis ambul�ncias e �nibus em corredores humanit�rios.
"Infelizmente a ONU n�o est� preparada para cooperar", afirmou. "Terroristas dentro de Aleppo impedem a evacua��o, usando morteiros e atiradores para atacar corredores humanit�rio e pontos de passagem. (...) A evacua��o de feridos deveria correr incondicionalmente."
O ministro das Rela��es Exteriores da R�ssia, Sergei Lavrov, acusou o Ocidente de proteger rebeldes de um grupo rebelde previamente conhecido como frente Al Nusra, filiado aos terroristas da Al Qaeda, para ter mais chances de derrubar Assad no futuro. Lavrov acrescentou que os militantes desse grupo se recusam a deixar Aleppo.
PRESS�O OCIDENTAL
A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, disse nesta sexta-feira que o bloco europeu pode aumentar san��es contra a S�ria e seus aliados, inclusive a R�ssia, por sua campanha "b�rbara" contra os rebeldes s�rios.
A premi� do Reino Unido, Theresa May, afirmou nesta sexta que a Uni�o Europeia deve "considerar todas as op��es" poss�veis para pressionar o governo russo e o regime s�rio a cessar definitivamente os ataques sobre Aleppo.
Na reuni�o da ONU em Genebra, o ministro do Reino Unido para �frica e Oriente M�dio, Tobias Elwood, disse que a R�ssia "est� piorando a situa��o" na S�ria. "Isso � vergonhoso e n�o � a��o ou lideran�a que esperamos de uma na��o do G5", acrescentou, referindo-se aos pa�ses com assento permanente no Conselho de Seguran�a da ONU.
A guerra civil na S�ria se arrasta por quase seis anos e j� deixou aproximadamente 400 mil mortos.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
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