Em plebiscito, colombianos rejeitam acordo de paz do governo com as Farc
De maneira surpreendente, o "n�o" se imp�s neste domingo (2) ao "sim" na Col�mbia, por uma diferen�a de apenas 54 mil votos (50,2% a 49,8%), e fez naufragar nas urnas o acordo de paz assinado entre o governo e as Farc (For�as Armadas Revolucion�rias da Col�mbia), de maneira festiva e com a presen�a de v�rios chefes de Estado da Am�rica Latina, na �ltima segunda-feira (26).
Os institutos de pesquisa davam vantagem ao "sim", apesar de terem apontado uma tend�ncia de crescimento do "n�o".
O presidente Juan Manuel Santos disse, na noite de domingo (2), que "apesar de ter sido por uma margem muito estreita, reconhece o resultado das urnas", mas que buscar� "a paz at� o �ltimo minuto" de seu mandato.
"Escuto os que disseram 'n�o' e escuto os que disseram 'sim'", disse, ap�s se reunir com membros de seu gabinete e com a equipe de negociadores do governo.
O mandat�rio afirmou que o grupo retornar� nesta segunda-feira (3) a Havana, onde h� quatro anos o di�logo com as Farc tem sido mediado. Disse tamb�m que o cessar-fogo bilateral continua em vigor.
Santos convocou a oposi��o, que impulsou o voto ao "n�o", a participar de uma nova fase de negocia��es.
O resultado do plebiscito jogou por terra o que havia sido acertado com as Farc at� agora, pois o acordo perdeu validade jur�dica.
O l�der da guerrilha, Rodrigo "Timochenko" Londo�o, tamb�m afirmou que seguir� buscando uma solu��o pac�fica para o conflito e reafirmou sua "disposi��o de usar somente a palavra como arma de constru��o para o futuro". E acrescentou: "As Farc lamentam profundamente que o poder destrutivo dos que semeiam �dio e rancor tenha influenciado a opini�o da popula��o colombiana".
A alta absten��o, como se previa, definiu a derrota da proposta do governo. Votou menos de 40% do eleitorado.
Para sair vitorioso, o "sim" precisava, al�m de superar o "n�o" em n�meros absolutos, obter a aprova��o de ao menos 13% do eleitorado total da Col�mbia, ou 4,5 milh�es de votos.
Esse patamar foi superado com folga, mas em v�o.
O que desde o come�o os analistas alertavam � que o n�mero de eleitores que comparecessem �s urnas definiria o resultado –uma vez que o voto n�o � obrigat�rio na Col�mbia e, nas �ltimas elei��es, a absten��o vinha sendo alta.
O l�der da campanha do "n�o", o ex-presidente �lvaro Uribe, falou no fim da noite. "A democracia da nossa p�tria foi superior � press�o oficial de impor o 'sim'". Segundo ele, os apoiadores do "n�o" querem contribuir a um novo acordo nacional. "Todos queremos a paz."
A oposi��o fazia ressalvas especialmente aos pontos da Justi�a transicional, que permitiria anistia e indultos para ex-guerrilheiros acusados de delitos graves; tamb�m contestavam e o artigo que garantia a participa��o pol�tica, com a concess�o de dez cadeiras aos guerrilheiros no Congresso nas duas pr�ximas legislaturas, al�m de subs�dios para a forma��o do partido das Farc.
Livraria da Folha
- Box de DVD re�ne dupla de cl�ssicos de Andrei Tark�vski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenci�rio
- Livro analisa comunica��es pol�ticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade
![Muro na fronteira do México com os EUA – Lalo de Almeida/Folhapress Muro na fronteira do México com os EUA – Lalo de Almeida/Folhapress](https://cdn.statically.io/img/f.i.uol.com.br/folha/homepage/images/17177107.jpeg)
Um mundo de muros
Em uma série de reportagens, a Folha vai a quatro continentes mostrar o que está por trás das barreiras que bloqueiam aqueles que consideram indesejáveis