Governo colombiano e Farc assinam nesta segunda acordo hist�rico
A cidade hist�rica de Cartagena, que costuma despertar aos domingos com filas de turistas caminhando vagarosamente por suas ruas, neste dia 25 acordou com uma agita��o fora do comum.
Mais de 3.000 soldados do Ex�rcito colombiano guardavam as entradas da cidade cercada por muros coloniais e as principais avenidas que d�o acesso a ela. Vendedores ambulantes eram chamados a guardar seus produtos e deixar as vias livres para os carros oficiais trazendo os mais de 2.000 convidados.
Tamb�m o tr�nsito de barcos a partir do porto tur�stico da cidade foi interrompido, e passaram a guardar a entrada de Cartagena dois navios da Marinha colombiana.
Xinhua | ||
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O ditador cubano, Ra�l Castro, que mediou acordo de paz, chega a Cartagena neste domingo (25) |
A partir do fim da manh�, come�aram a chegar os protagonistas da cerim�nia que ocorre nesta segunda-feira (26), a partir das 17h.
O governo colombiano e os l�deres das Farc (For�as Armadas Revolucion�rias da Col�mbia), assinar�o o acordo de paz a que chegaram ap�s quatro anos de negocia��es realizadas em Havana, em Cuba.
Os primeiros a chegar foram, justamente, o presidente Juan Manuel Santos e a representa��o de 40 integrantes da guerrilha, que vieram diretamente de sua confer�ncia, encerrada na �ltima sexta (23), nos Llanos del Yar� (sul do pa�s). Logo depois, chegou o ditador cubano Ra�l Castro, um dos padrinhos do acordo.
Foram confirmadas as presen�as de 15 chefes de Estado, entre eles, Michelle Bachelet (Chile) e Nicol�s Maduro (Venezuela) —que s�o tamb�m observadores oficiais do acordo— Evo Morales (Bol�via), Mauricio Macri (Argentina), Rafael Correa (Equador), Enrique Pe�a Nieto (M�xico), al�m do secret�rio de Estado dos EUA, John Kerry, do rei em�rito da Espanha, Juan Carlos, do secret�rio-geral das Na��es Unidas, Ban Ki-moon, e um representante do Vaticano.
Entre os convidados ilustres estar�o tamb�m o ex-presidente espanhol Felipe Gonz�lez e o uruguaio Jos� "Pepe" Mujica. O governo brasileiro ser� representado pelo ministro das Rela��es Exteriores, Jos� Serra.
PLEBISCITO
Para o acordo ser implementado, por�m, a sua assinatura n�o basta. Ele ter� ainda de ser aprovado pelos colombianos em um plebiscito que ocorre no pr�ximo domingo (2).
Segundo as regras especialmente formuladas para esta vota��o, basta que a op��o "sim" tenha 13% (ou seja, 4,5 milh�es de votos) para ser aprovada.
O patamar baixo foi um pedido do governo � Corte Constitucional, justificado pelo fato de que as mais recentes elei��es colombianas tiveram uma alta absten��o —na Col�mbia, o voto n�o � obrigat�rio. A Corte concedeu essa permiss�o.
OPOSI��O
Encabe�ada pelo ex-presidente �lvaro Uribe, a campanha do "n�o" tamb�m foi agressiva nos �ltimos dias.
No s�bado (24), Uribe voltou a declarar que a assinatura do acordo em Cartagena � "um show para pressionar os colombianos a votarem pelo 'sim'". E pediu novamente ao presidente Santos que aceite realizar um debate com ele antes do plebiscito.
O presidente colombiano, que havia chamado v�rias vezes Uribe para um di�logo nos �ltimos anos, agora considera ser tarde demais, e na �ltima semana descartou novamente o debate.
Ao longo da semana, houve atos e com�cios pelo "n�o" em Medell�n, Tolima e outros locais. No come�o da tarde deste domingo (25), tamb�m nos arredores de Cartagena.
Apesar de as pesquisas de inten��o de voto apontarem um grande apoio � paz na costa colombiana, de mais de 80%, Cartagena difere de centros tradicionalmente mais progressistas, como Barranquilla.
"Aqui vamos votar 'n�o', porque n�o gostamos de Santos", explicou � Folha o taxista Jaime Ramos.
De fato, uma das coisas que se fazem notar num passeio pelo centro � que a maioria dos t�xis que circulam na cidade hist�rica trazem um imenso adesivo "n�o � paz" em seus vidros traseiros.
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