Em Nova Orleans, Obama elogiar� 'uni�o' p�s-Katrina
No discurso que far� para lembrar os dez anos da passagem do furac�o Katrina, nesta quinta-feira (27), o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, elogiar� a "resili�ncia" de uma das comunidades mais afetadas de Nova Orleans em sua reconstru��o.
Segundo o presidente, os moradores do bairro Lower Ninth Ward s�o "um exemplo do que � poss�vel fazer quando, mesmo diante de uma trag�dia e de suas dificuldades, boas pessoas se unem para construir um futuro melhor".
A an�lise sobre a reconstru��o da cidade, no entanto, mostra que ela foi desigual —prejudicou, sobretudo, as comunidades mais pobres e deu mais espa�o � popula��o branca.
Estudo do "think tank" Central Data mostra, por exemplo, que o Lower Ninth � um dos quatro bairros, num total de 72, que tem hoje menos da metade da popula��o que tinha antes do furac�o.
Moradores relatam passar por dificuldades b�sicas at� hoje. Reclamam da falta de assist�ncia do governo e da inexist�ncia de indeniza��es.
Segundo extratos do discurso divulgados antecipadamente pela Casa Branca, Obama responsabilizar� a administra��o do republicano George W. Bush (2001-2009) pelo drama vivido pelas fam�lias afetadas.
Calcula-se que 124 mil moradores deixaram Nova Orleans e n�o retornaram. Mais de 1.800 pessoas morreram em decorr�ncia do furac�o no Estado de Louisiana.
'OUTRO LUGAR'
"Isso era para ter acontecido em outro lugar, n�o aqui", dir� o presidente. "Mas aquela tempestade revelou outra trag�dia, uma que vinha sendo cultivada havia d�cadas. Nova Orleans foi, por muito tempo, afetada por uma desigualdade estrutural, que deixou muitas pessoas, especialmente negros e pobres, sem bons trabalhos, assist�ncia m�dica acess�vel ou moradia decente."
Obama mencionar� as crian�as que cresceram em um ambiente violento, frequentando escolas piores do que a m�dia —"poucos tiveram a chance de superar a pobreza".
Ele lembrar� a frase que ouviu de uma mulher dias depois do Katrina. "N�o t�nhamos nada antes do furac�o. Agora, temos menos que nada."
"N�s reconhecemos essa perda, essa dor, n�o para reaviv�-la, n�o para insistir no passado, mas para podermos seguir adiante, como est� seguindo adiante essa cidade", discursar�.
"Porque o projeto de reconstru��o n�o era para simplesmente refazer a cidade que fora um dia. Mas para construir a cidade que deveria ser. A cidade onde todos tenham oportunidades, independentemente de quem quer que seja, como seja ou de quanto dinheiro possua."
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