Sob amea�a judicial, Obama lan�a plano ambicioso de energia limpa
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou nesta segunda-feira (3) o Plano de Energia Limpa, o mais ambicioso do pa�s at� hoje para enfrentar as mudan�as clim�ticas.
O pacote inclui o corte de 32% na emiss�o de carbono por usinas termel�tricas at� 2030 em compara��o com os n�veis de 2005.
Al�m disso, o plano incentiva o uso de fontes de energia renov�vel como a solar e a e�lica em substitui��o a combust�veis f�sseis. As usinas dever�o aumentar de 22% para 28% a parcela de fonte de energia limpa empregada. Cada Estado ter� metas espec�ficas.
� a primeira vez que os Estados Unidos limitam a quantidade de carbono emitida por usinas, disse Obama.
No an�ncio do plano, Obama disse que a quest�o clim�tica � um desafio mais importante que a crise econ�mica p�s-2008 e as guerras no Iraque e no Afeganist�o.
"Por defini��o, n�o lido com problemas f�ceis porque algu�m j� os ter� resolvido", discursou na Casa Branca.
Ele rebateu as cr�ticas ao plano dizendo que n�o se trata de "um jogo de futebol pol�tico".
Maiores emissores de g�s carb�nico
"A ideia n�o � nova nem radical. O que � novo � que Washington est� come�ando a seguir a vis�o do resto do pa�s", afirmou Obama depois de se referir a iniciativas de companhias e Estados na quest�o.
O democrata afirmou que a argumenta��o segundo a qual o plano inibir� neg�cios e prejudicar� popula��es mais vulner�veis s�o velhas.
"Toda vez que os EUA fazem progresso, fazem a despeito dessas cr�ticas."
LEGADO E OPOSI��O
Esse � mais um ato entendido como parte do esfor�o de Obama por seu legado, e dever� pautar a campanha presidencial de 2016.
O democrata enfrenta a oposi��o do Partido Republicano, que ati�a l�deres estaduais e a iniciativa privada para inviabilizar o pacote de medidas.
A oposi��o articula uma a��o coletiva contra as metas impostas pelo governo federal que incluiria 25 unidades federativas, segundo o jornal "the New York Times". O partido orienta governadores a n�o acatarem as normas.
Os republicanos contar�o com o apoio da ind�stria tradicional, que perder� espa�o e poder� ser taxada pela emiss�o de poluentes.
Se sobreviver aos processos judiciais, o plano poder� causar o fechamento de centenas de usinas movidas a carv�o e a suspens�o da constru��o de novas unidades.
A Casa Branca tamb�m prev� incentivos aos Estados que adotarem o mercado de carbono, sistema pela qual ind�strias que emitem menos poluentes que o previsto podem vender sua cota a ind�strias que emitem acima do permitido.
O governo enumera benef�cios do plano como melhoras na sa�de da popula��o —evitar� a morte prematura e reduzir� a incid�ncia de asma em crian�as, diz. Criar� empregos e trar� uma economia de US$ 85 (R$ 290) para as fam�lias nos gastos anuais com energia em 2030.
LIDERAN�A MUNDIAL
O an�ncio tamb�m � visto como um gesto de Obama pelo protagonismo no debate mundial sobre as mudan�as clim�ticas.
A Casa Branca j� havia anunciado metas conjuntas com a China em 2014 e com o Brasil no m�s passado. E a quest�o tamb�m ser� tratada durante a visita do papa Francisco aos Estados Unidos em setembro.
Com o plano, Obama pretende liderar a discuss�o da COP 21, c�pula sobre o clima que envolve quase 200 pa�ses com intermedia��o das Na��es Unidas.
A reuni�o, no final do ano, na Fran�a, dever� resultar no Protocolo de Paris, em substitui��o ao de Kyoto, na fixa��o de metas mundiais de combate �s mudan�as clim�ticas. Cada pa�s dever� voluntariamente apresentar at� l� um pacote de metas.
1/3: � a participa��o do setor de eletricidade nas emiss�es de gases estufa dos EUA
32%: � a meta de Obama para cortar as emiss�es de carbono no setor de eletricidade entre 2005 e 2030 (a meta de corte anunciada em 2014 era de 30%)
26% a 28%: � a meta total de redu��o das emiss�es de carbono dos EUA entre 2005 e 2030
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