Com discurso de 'renova��o', Felipe 6� assume trono espanhol
Numa celebra��o blindada de protestos republicanos, o rei Felipe 6� assumiu o trono espanhol nesta quinta-feira com o discurso de "renova��o" da monarquia e pela "unidade" do pa�s.
Ele substituiu o pai, Juan Carlos, que, ap�s 39 anos de reinado, abdicou no dia 2 de junho em meio a uma queda de popularidade da monarquia espanhola, diante de esc�ndalo de corrup��o e crise econ�mica.
Em seu primeiro discurso como chefe de Estado, em cerim�nia no Congresso, Felipe 6� afirmou que a monarquia foi renovada para "um novo tempo".
Sua irm� Cristina foi a grande ausente dos festejos. Ela e seu marido, I�aki Urdangarin, s�o suspeitos de crime fiscal e lavagem de dinheiro por meio de uma ONG, epis�dio que desgastou a fam�lia real recentemente.
O novo rei usou o discurso desta quinta para prometer que vai prezar pela "dignidade da institui��o, preservar seu prest�gio e observar uma conduta �ntegra, honesta e transparente".
Felipe 6� disse ainda que a cria��o de empregos � "prioridade": "Temos tamb�m a obriga��o de transmitir uma mensagem de esperan�a, especialmente aos mais jovens, de que a solu��o de seus problemas, e em particular a obten��o de emprego, seja uma prioridade para a sociedade e o Estado".
Um dos principais desafios do novo rei ser� enfrentar o referendo, n�o reconhecido pelo governo espanhol, de independ�ncia da Catalunha, marcado para novembro. "Quero reafirmar, como rei, minha esperan�a na unidade da Espanha", disse.
Felipe 6� e sua mulher, a agora rainha Letizia, circularam em um Rolls Royce, sob a escolta de cavalos e da guarda real, pelas principais ruas de Madri –muitas delas estavam com baixo p�blico, apesar das bandeiras espanholas espalhadas pelas autoridades para tentar levantar a euforia do dia.
Ao chegar ao Pal�cio Real, o casal, ao lado das filhas e de Juan Carlos e da rainha Sofia, saudou milhares de pessoas presentes na Pra�a Oriente. Depois, recebeu 2.000 convidados para um coquetel no pal�cio.
O rei "jogou em casa". Isso porque a Justi�a espanhola proibiu o uso de bandeiras e outros s�mbolos republicanos pelo trajeto feito pelo casal real. Assim, no percurso e na sauda��o no Pal�cio Real, os gestos a favor da monarquia predominaram.
Desde a abdica��o de Juan Carlos, anunciada em 2 de junho, cresceram protestos republicanos contra a monarquia e a favor de um referendo sobre a mudan�a do sistema pol�tico. O Congresso, no entanto, ignorou o movimento e rapidamente aprovou a nomea��o de Felipe 6�.
Cerca de sete mil agentes policiais foram escalados em Madri para os festejos desta quinta. A pol�cia usou detector de metal e revistou todos que queriam circular pela regi�o onde o rei passaria.
DECIS�O
Na tarde de quarta (18), Juan Carlos sancionou a lei que oficializou a sua abdica��o ao trono. Na pr�tica, desde � 0h (19h, no Brasil), quando a lei seria publicada, encerraram-se os 39 anos do reinado dele.
Essa cerim�nia, realizada no Pal�cio Real, foi recheada de formalidades. No fim, Juan Carlos, acompanhado da rainha Sofia, deu um longo abra�o no filho sucessor.
A apari��o do rei refor�ou a fragilidade de sua sa�de. Ao tentar beijar duas netas, quase caiu e se apoiou na cadeira.
A decis�o de abdicar do trono ocorreu em meio a recente turbul�ncia na fam�lia real, com esc�ndalo de corrup��o envolvendo sua filha Cristina, e o marido dela I�aki Urdangarin, suspeitos de crime fiscal e lavagem de dinheiro por meio de uma ONG. Seu marido foi afastado das atividades da fam�lia real, mas o desgaste ficou marcado.
O rei Juan Carlos protagonizou ainda um vexame h� dois anos: teve de pedir desculpas p�blicas ao ser flagrado ca�ando elefantes em Botsuana (�frica) enquanto a popula��o espanhola sofria com desemprego em plena crise econ�mica. Na ocasi�o, fraturou a bacia e ainda perdeu o t�tulo de presidente de uma ONG em defesa dos animais.
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