Para enfrentar rival europeia, Boeing negocia associa��o com a Embraer
A fabricante americana de avi�es Boeing est� negociando uma parceria com a rival brasileira Embraer que pode envolver a compra de parte da empresa de S�o Jos� dos Campos.
O jornal "The Wall Street Journal" noticiou que os americanos t�m interesse em adquirir o controle da empresa brasileira, mas a Folha apurou que isso n�o foi cogitado nas poucas reuni�es que j� ocorreram sobre o assunto.
Al�m disso, o governo brasileiro � contra tal movimento e tem poder para vet�-lo: desde que a empresa foi privatizada em 1994, a Uni�o det�m uma "golden share" (a��o preferencial) que lhe d� voz ativa em qualquer decis�o estrat�gica.
Procurado, o Minist�rio da Defesa disse que n�o iria comentar o caso. A Embraer, que tem valor de mercado estimado em US$ 3,7 bilh�es, divulgou um fato relevante ao mercado confirmando a negocia��o, mas sem dar detalhes e dizendo que tanto a empresa brasileira quanto a americana n�o fariam coment�rios neste momento sobre a natureza das conversas.
Em comunicado conjunto, a Embraer afirmou que as duas companhias "encontram-se em tratativas em rela��o a uma potencial combina��o de seus neg�cios, em bases que ainda est�o sendo discutidas".
A not�cia caiu como uma bomba no mercado. Na Bolsa brasileira, as a��es da Embraer chegaram a subir quase 40% ao longo do dia, mas fecharam com alta de 25,5%, cotada a R$ 20,71.
A inten��o dos americanos � dar uma resposta estrat�gica � associa��o estabelecida entre a rival europeia Airbus e a fabricante canadense Bombardier.
Em outubro, a Airbus anunciou que compraria o controle do programa de jatos regionais CSeries, da Bombardier, que custou US$ 6 bilh�es para ser desenvolvido. A fabricante canadense � rival da Embraer no segmento, mas ficou para tr�s em participa��o de mercado nos �ltimos anos.
Com o movimento, os europeus colocaram um p� no nicho de jatos na faixa de 70 a 130 passageiros, segmento dominado pela Embraer. A brasileira colocou todas suas fichas no programa EJets-2, a segunda gera��o dos seus avi�es deste porte. Airbus e Boeing seguem disputando palmo a palmo o mercado de avi�es maiores.
Segundo a Folha apurou, a negocia��o por ora est� centrada exatamente nesta linha. N�o est� claro como seria a participa��o da Boeing, se por meio de inje��o de capital ou de cria��o de uma joint-venture. As linhas de defesa e de avia��o executiva da Embraer permaneceriam totalmente nacionais, pelas conversas iniciais.
Hoje, os principais acionistas da Embraer s�o a Brandes Investments Partners (15,03%), BNDESPar (5,37%) e Oppenheimer Funds (4,8%). Outros somam 73,86% e 0,94% � de a��o em tesouraria.
Um eventual acerto pode potencializar a posi��o da Embraer no mercado americano, e n�o s� civil. A Boeing j� � a respons�vel pelo marketing internacional do novo modelo da brasileira, o avi�o de transporte t�tico e reabastecimento a�reo KC-390, o maior j� feito no pa�s.
Al�m disso, a Embraer est� disputando uma pr�-concorr�ncia para o fornecimento de at� 120 avi�es de ataque leve � For�a A�rea Americana com o Super Tucano —at� aqui, os EUA compraram 26 aeronaves do tipo para uso no Afeganist�o por for�as locais.
A Embraer teve uma receita liquida de R$ 21,436 bilh�es em 2016. No terceiro trimestre deste ano, registrou lucro l�quido de R$ 351 milh�es, revertendo o preju�zo de R$ 111,4 milh�es do mesmo per�odo do ano passado.
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